Explosivos sem detonar atrasam resgate em área de conflito entre ELN e ex-Farc
Informações não confirmadas indicam que o total de mortos pode chegar a 15
Militares realizam buscas na área em que houve confrontos entre o o Exército de Libertação Nacional (ELN) e dissidentes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) nesta segunda-feira. Até agora, nove corpos foram recuperados, segundo o governador de Arauca, Wilinton Rodríguez, mas informações não confirmadas indicam que o total de mortos pode chegar a 15.
Fontes militares consultadas pelo jornal colombiano El Tiempo afirmaram haver indicações de que outros corpos estão na zona rural, mas "não puderam ser recuperados porque há vários artefatos explosivos sem detonar, o que atrasou a missão".
Os confrontos acontecem desde o fim de semana no município de Puerto Rondón, no leste, perto da fronteira com a Venezuela. O mais intenso foi registrado no domingo, em uma zona rural de Tame. Além dos mortos, há cinco feridos, incluindo uma adolescente indígena de 14 anos.
Rodríguez disse que o incidente "é diretamente atribuído ao grupo armado organizado do ELN", que se reuniu com delegados do governo em Caracas no âmbito de um processo de paz nesta segunda-feira, e ao chamado Estado Maior Central (EMC) dos dissidentes das Farc.
Apesar de não haver identificação dos mortos e feridos nem informação sobre se são civis ou não, o governador indicou que alguns dos feridos parecem ser guerrilheiros do ELN.
Segundo El Tiempo, eles foram entregues a uma comissão da Cruz Vermelha por um dissidente das Farc, sendo atendidos em dois centros médicos da cidade de Tame. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o suposto dissidente pedindo ajuda para cuidar dos integrantes do ELN feridos.
— Temos uma emergência envolvendo alguns feridos, por isso pedimos à Cruz Vermelha Internacional e a uma comissão governamental que nos ajudem, porque não temos condições de cuidar deles — diz o rebelde com rifle e calças camufladas em um vídeo supostamente gravado em 3 de setembro.
Em janeiro de 2022, combates entre as duas organizações deixaram 23 mortos e obrigaram o deslocamento de centenas de habitantes da região.
Segundo dados oficiais, o ELN, fundado em 1964, era o maior grupo ilegal da Colômbia em 2022, com pelo menos 5.851 membros. Já o EMC contava com 3.540 pessoas e, segundo os especialistas, seu poder está aumentando graças ao recrutamento forçado.