Primeira-dama dos EUA pega Covid e ameaça presença de Biden ao G20
Presidente americano testou negativo na segunda-feira, mas ainda vai passar por novas testagens até embarcar para a Índia, na quinta
O teste positivo para Covid-19 da primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden, se tornou uma ameaça aos planos do presidente Joe Biden de viajar para a cúpula do G-20, poucos dias antes do embarque para a Índia. A Casa Branca anunciou o resultado na noite de segunda-feira e informou que ela apresentava apenas sintomas leves. O próprio presidente testou negativo, na noite de segunda.
— O presidente fará testes regulares esta semana e monitorará os sintomas — disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, sem dar mais detalhes sobre a frequência da testagem antes da cúpula, que está programada para começar no próximo dia 9, em Nova Délhi.
A crise de Covid da primeira-dama antecede uma agenda lotada de viagens do presidente e um funcionário da Casa Branca que está a par do planejamento disse que não ocorreu nenhuma mudança até o momento.
Biden deve partir para Nova Délhi na quinta-feira, de acordo com a Casa Branca, e participar do G-20 no sábado e domingo. Após a cúpula, Biden deve viajar para Hanói no domingo mesmo, onde se encontrará com o secretário-geral do Partido Comunista vietnamita e líder do país asiático, Nguyen Phu Trong. Já a vice-presidente americana, Kamala Harris, está a caminho da cúpula da ASEAN na Indonésia.
Há expectativa também que Biden viaje ao Alasca para o aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, participando na data de uma cerimônia com militares e suas famílias. No final do mês, Biden deve participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, uma viagem que incluirá também uma reunião com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, para discutir proteções a trabalhadores dos dois países.
Golpe para Modi
A ausência de Biden do G-20 seria mais um golpe para o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anfitrião da cúpula. O presidente russo, Vladimir Putin, não tem planos de comparecer pelo segundo ano consecutivo e o líder chinês, Xi Jinping, também não deve ir, de acordo com funcionários informados sobre os preparativos que pediram para manter o anonimato. A decisão de Xi ocorre em meio a uma elevação da tensão regional entre China e Índia, os dois países mais populosos do mundo. No domingo, Biden se disse desapontado com as notícias sobre o não comparecimento do homólogo chinês.
— Estou decepcionado, mas vou vê-lo — Biden disse a jornalistas, sem esclarecer quando espera ter um a oportunidade de encontra o líder chinês. Os dois poderão ter uma chance de falar em novembro, quando os EUA recebem a conferência da APEC em São Francisco.
Os Estados Unidos esperavam que a reunião do G20 na Índia pudesse ser uma oportunidade para melhorar as relações com a China. Biden e Xi conversaram pela última vez à margem do G20 em Bali, na Indonésia, em novembro do ano passado. Desde então, as relações entre os dois países se deterioraram depois do episódio do suposto balão espião chinês que sobrevoou o território americano. Nos últimos meses, autoridades de alto escalão do governo Biden foram a Pequim, entre eles o secretário de Estado, Antony Blinken, em um movimento de redução da tensão.
A primeira-dama viajou com Biden para casa do casal em Rehoboth, no Delaware, no sábado, depois de ir à Flórida para avaliar os danos provocados pelo furacão Idalia. O presidente esteve ela até segunda-feira de manhã.
“No momento, ela (Jill Biden) tem apenas sintomas leves”, informou a assessora de comunicação da primeira-dama, Elizabeth Alexander, em comunicado na noite de segunda-feira. “Ela permanecerá na casa deles em Rehoboth Beach, Delaware”, completou.
O presidente e a primeira-dama testaram positivo para Covid-19 em 2022, e os dois tiveram um retorno de sintomas logo depois. Na época, apresentaram sintomas leves e receberam medicação.