Santa Cruz

Presidente do Santa Cruz rebate pedido de afastamento

Marino Abreu, presidente do Conselho Deliberativo, tem prazo de três dias para deliberar a solicitação

Antônio Luiz Neto cumpre sua terceira passagem na cadeira de presidente do Tricolor do Arruda - Ed Machado/Folha de Pernambuco

Na última segunda-feira (04), após Jaime Fortunato, membro do Conselho Deliberativo, conseguir mais de 160 assinaturas de conselheiros ativos no Santa Cruz, foi solicitado o afastamento imediato do presidente do Executivo, Antônio Luiz Neto. Por sua vez, ALN julga o pedido como sem sentido e sem base jurídica, além de rebater as acusações de má administração financeira e desobediência ao estatuto do clube. "É mais uma trapalhada dessa gente. Vivem de fake. Afundaram o Santa Cruz e só fazem atrapalhar", disse o dirigente.  

A primeira contestação de Antônio Luiz Neto foi no tocante ao método da abertura da solicitação de afastamento. "Não consigo entender como um Conselho que não reúne mais de 20 pessoas consegue a assinatura de 160 conselheiros". Segundo o estatuto do clube, para afastar preventivamente um dirigente ou demais membros do poder, é necessário ter a aprovação de um terço dos dirigentes com direito ao voto. 

A construção da justificativa por trás da suspensão do mandato de ALN se deu por meio de dois eixos: que o dirigente desobedecia o estatuto do clube e não cumpria as leis do Profut, legislação que rege a administração do futebol de clubes no Brasil. Sobre as questões financeiras, o presidente contrargumentou e afirmou ter parecer que justifica o balanço financeiro de 2022. "Julgaram as minhas contas e rejeitaram, mesmo com um parecer favorável. Distorceram a lei do Profut e interpretaram errado o artigo 25, além de confundirem o déficit econômico de oito milhões com o déficit financeiro", disse.  

"Na verdade o auditor independente deu o parecer favorável, pela aprovação das contas, porque o orçamento foi cumprido. O déficit financeiro de R$ 2 milhões já era previsto, e sua previsão foi aprovada no orçamento de 2022, pelo próprio Conselho. O débito de R$ 8 milhões é econômico. Toda gestão já encontra um déficit de pelo menos R$ 5 milhões. O saldo negativo da minha gestão foi de R$ 2 milhões e existe em razão da gestão catastrófica do ProSanta e do IPC", justificou. 

Segundo o mandatário, a ação de iniciar o processo de recuperação judicial foi o que permitiu sanear a situção financeira do clube. "O que salvou o Clube foi eu ter dado entrada da Ação de Recuperação Judicial. Pararam as cobranças das dívidas que eles fizeram e pararam os leilões dos bens. Senão, o Santa Cruz teria perdido o estádio, a sede e o Centro de Treinamento", rebateu ALN. 

Entre as medidas que a oposição alega que o atual presidente do Executivo tenha descumprido, está a de antecipação de receitas, fato que o dirigente afirmou novamente que a gestão anterior a dele tenha sido a responsável. "Eles disseram que fiz antecipação de receitas na Federação Pernambucana de Futebol. Mentira. Fake News. O Presidente da FPF (Evandro Carvalho) já desmentiu. Quem fez antecipação de receita foram eles", argumentou. 

Como fica a situação administrativa  

Se o pedido for acatado pelo presidente do Conselho Deliberativo, Marino Abreu, e o afastamento sendo realizado, quem assume o clube durante o período é Jairo Rocha, atual vice-presidente. Se Jairo não assumir, caberá a Abreu conduzir o executivo.