CPI das Pirâmides Financeiras

Sócio da 123Milhas admite que não há dinheiro em caixa para reembolso de clientes

Ramiro Júlio Soares Madureira prestou depoimento na CPI das Pirâmides Financeiras na Câmara dos Deputados

Sócio e administrador da 123millhas, Ramiro Júlio Soares Madureira, depõe em CPI - Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O sócio da 123milhas Ramiro Júlio Soares Madureira admitiu nesta quarta-feira que a empresa não tem fluxo de caixa para reembolsar os clientes prejudicados com o fim da modalidade "promo". Ramiro prestou depoimento na CPI das Pirâmides Financeiras na Câmara dos Deputados.

O sócio foi questionado pelo deputado federal Carlos Viana (PSD-RJ) se haveria a possibilidade de devolver o dinheiro aos clientes hoje.

— Precisamos do apoio dos órgãos públicos. Estamos dispostos a trabalhar arduamente para isso. Estamos confiantes — respondeu Ramiro Madureira

Viana então perguntou se a empresa tem fluxo de caixa para os pagamentos.

— Não, precisaríamos de algum tempo e um plano para fazer isso — assumiu Ramiro Madureira

A CPI ainda ouve nesta tarde a Maxmilhas, empresa que tem sócios em comum com a 123milhas. Ambas começaram a fazer transações de milhas aéreas no passado.

— São duas empresas concorrentes, que têm sócios em comum — disse o consultor e fundador da Maxmilhas, Max Oliveira.

O presidente da CPI, Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), afirma que essa comercialização de milhas também não encontra amparo legal.

— Tem um grande problema que é a transação de milhagens. A Maxmilhas se coloca como uma intermediadora de compra de milhas, o que não tem regulamentação na legislação nacional — afirmou.

A 123milhas decidiu suspender a venda de pacotes e a emissão de passagens de sua linha promocional em agosto, o que também afetou consumidores que já haviam comprado o serviço.