STF

Rosa Weber no 7 de Setembro marca volta do STF à cerimônia após afastamento no governo Bolsonaro

Último presidente da Corte a participar de solenidade da Independência havia sido Dias Toffoli, em 2020

Rosa Weber marcou presença no desfile do Sete de Setembro - Cadu Gomes/VPR

A presença da ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), na cerimônia do Sete de Setembro ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marca o fim do jejum de dois anos em que a celebração ocorreu sem a presença de um representante da Corte. Nesta quinta-feira, a ministra integrou a tribuna de honra de autoridades que acompanham o desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios.

A presença de Rosa ao lado do presidente da República e do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, embora institucional, é símbolo da tentativa de "retorno à normalidade" que Lula tenta imprimir ao ato.

O último presidente do Supremo a participar das celebrações da Independência havia sido Dias Toffoli, que em 2020, auge da pandemia, esteve presente em uma solenidade reduzida feita no gramado do Palácio da Alvorada com o então presidente Jair Bolsonaro.
 

Nos anos seguintes, em 2021 e 2022, o Sete de setembro foi marcado por ataques velados à democracia e a ministros da Corte. Nos dois anos, a presidência do Supremo era ocupada pelo ministro Luiz Fux, que inclusive fez duros pronunciamentos após os feriados.

Em 2021, em uma manifestação realizada na Avenida Paulista, em São Paulo, Bolsonaro subiu em carro elétrico e insultou abertamente ministros do STF. Entre eles, Alexandre de Moraes, a quem chamou de "canalha". Pouco antes, ao discursar em Brasília, o ex-presidente havia ameaçado Fux ao afirmar que, se ele não "enquadrasse" o Poder Judiciário, a Corte poderia "sofrer aquilo que não queremos".

Já em 2022, Bolsonaro não fez menções diretas a nenhum ministro do STF, mas afirmou que, se fosse reeleito, levaria para "dentro" das quatro linhas da Constituição "todos aqueles que ousam ficar fora delas". Fux chegou a ser convidado para a cerimônia, mas não compareceu, assim como Rodrigo Pacheco.

Em 2020, última vez que um presidente do STF havia participado da celebração da Independência, Bolsonaro chegou a convidar Dias Toffoli para um almoço oferecido pelo então secretário especial de Assuntos Estratégicos, almirante Flávio Rocha. O ministro, que estava prestes a deixar o comando do Supremo, compareceu.