EDUCAÇÃO

Unesco pede regras sobre o uso de Inteligência Artificial nas escolas

Organização considera que as autoridades públicas não estão preparadas para lidar com os problemas éticos que incluem os programas

Guia da Unesco aborda uso da IA nas escolas - Caminhos da Reportagem/TV Brasil

A Unesco pediu nesta quinta-feira (7) aos governos regras sobre o uso de Inteligência Artificial (IA), como o robô conversacional ChatGPT, nas escolas.

Em um guia que publicado nesta quinta-feira, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura considera que as autoridades públicas não estão preparadas para lidar com os problemas éticos que incluem os programas de Inteligência Artificial nas escolas.

O guia sugere que os governos definam uma idade mínima de pelo menos 13 anos para o uso de IA nas escolas. Pela lei dos Estados Unidos, o ChatGPT já estabeleceu este limite para os seus usuários, mas "muitos analistas consideram este limite muito baixo e pedem que seja de 16 anos", diz o relatório.

A substituição de professores por estes programas pode afetar o bem-estar emocional das crianças e torná-las mais vulneráveis à manipulação, alertou a agência com sede em Paris.
 

Segundo a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, citada no comunicado, a IA "pode ser uma oportunidade incrível para o desenvolvimento humano, mas também pode ser uma fonte de danos".

"Não deve ser integrada na educação sem o compromisso público e sem garantias e regras governamentais sólidas", acrescentou.

Os programas de IA acessíveis ao público em geral se multiplicaram desde o final de 2022. Este crescimento suscitou receios sobre novas formas de plágio ou trapaça nas escolas e universidades, sem diminuir a atratividade de um mercado educativo considerado potencialmente muito lucrativo.

Segundo a Unesco, as ferramentas de IA têm o potencial de ajudar crianças com necessidades educativas específicas, desde que professores, usuários e pesquisadores ajudem a concebê-las e os governos regulem o seu uso.