Saúde

Pirola: nova variante da Covid-19 tem aumento de casos no Reino Unido

Surto foi registrado em asilo no Reino Unido, que acumula 34 casos da infecção

Testagem para coronavírus - Ikamahã/Sesau/PCR

A nova variante Pirola do vírus da Covid-19 teve um aumento de casos no Reino Unido, onde já a transmissão já é classificada como comunitária (quando não há como precisar sua origem). Segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (8) pela Agência de Segurança da Saúde do país, foram detectadas 34 pessoas infectadas, entre as quais cinco estão hospitalizadas. Nenhuma morte foi registrada.

A sublinhagem BA.2.86 da Ômicron, que tem sido tratada pelo nome não oficial de Pirola, chamou atenção dos pesquisadores por conta de seu alto número de mutações — são cerca de 30. Isso apontaria um potencial maior de driblar a proteção adquirida na população por infecções prévias ou vacinação. No entanto, testes laboratoriais realizados até agora não indicaram maior poder de transmissão ou gravidade.

De acordo com o diretor de incidentes da agência britânica, Renu Bindra, os números de casos no país ainda são insuficientes para atestar os riscos da nova variante.

"Embora o BA.2.86 tenha um número significativo de mutações no genoma viral em comparação com outras variantes da Covid-19 atualmente em circulação, os dados até o momento são muito limitados para tirar conclusões definitivas sobre o impacto que isso terá na transmissibilidade, gravidade ou na capacidade do vírus de escapar do sistema imunológico", disse ele, no comunicado divulgado.

O diretor afirmou também que um surto já foi registrado na Inglaterra, que concentra o maior número de casos da variante em razão da alta transmissibilidade. Do total, 28 casos foram registrados em um asilo, no condado de Norfolk, a cerca de 155 km da capital Londres.

De acordo com a agência de saúde, em função de os casos terem sido registrados em diferentes regiões, sem histórico de viagens relatado pelas pessoas infectadas, há possibilidade de que algum grau de transmissão comunitária no Reino Unido, quando não é possível rastrear qual a origem do vírus.

"É evidente que há algum grau de transmissão comunitária generalizada, tanto no Reino Unido quanto globalmente, e estamos trabalhando para determinar a extensão completa disso", afirmou, destacando a importância da vacina para impedir o avanço da doença. "Continua sendo vital que todas as pessoas elegíveis se apresentem para receber a vacina assim que ela for oferecida".

Também nesta sexta-feira, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano divulgaram uma nova atualização sobre os casos da variante. No comunicado, o órgão afirma que o atual aumento nos casos da doença, bem como nas hospitalizações, não estão relacionados diretamente ao BA.2.86, mas sim a outros vírus que circulam no país.

"Dados preliminares de pesquisas em vários laboratórios são tranquilizadores e mostram que os anticorpos existentes funcionam contra a nova variante BA.2.86. Esses dados também são encorajadores pelo que significam para a eficácia da vacina contra a Covid-19 de 2023-2024, que está atualmente em revisão. Isso ocorre porque a vacina é adaptada às variantes atualmente circulantes", destaca o órgão, destacando que a variante havia sido detectada a partir de amostras humanas e nos sistemas de distribuição de água.

Até a sexta, de acordo com o relatório, a variante foi identificada em nove estados dos Estados Unidos: em pessoas no Colorado, Delaware, Michigan, Ohio, Pensilvânia, Virgínia e Washington e em amostras de águas residuais de Nova York e Ohio.