Unesco adota controversa resolução sobre Jerusalém Oriental

Israel já havia anunciado, na semana passada, a suspensão de sua cooperação com a Unesco depois da primeira votação

Projeto voltará a ser apreciado pelo colegiado no dia 16 - João Bita/Alepe

A Unesco adotou formalmente uma resolução sobre Jerusalém Oriental promovida por países árabes em nome da proteção do patrimônio cultural palestino, mas muito criticada por Israel que, segundo alega, nega o vínculo milenar entre judeus e os lugares santos.

O texto, proposto pela Argélia, Egito, Líbano, Marrocos, Omã, Catar e Sudão foi examinado pelos 58 membros do Conselho Executivo da organização para a paz e a cultura da ONU.

Israel anunciou na semana passada a suspensão de sua cooperação com a Unesco depois que, em uma primeira votação, duas resoluções propostas pelos sete países árabes foram adotadas.

Estas resoluções se referem à "Palestina ocupada" e criticam a gestão, por parte de Israel, dos sítios religiosos disputados com os palestinos. Israel considera, além disso, que a forma com que a Unesco denomina estes sítios são uma negação do vínculo milenar entre judeus e Jerusalém.

Jerusalém Oriental é a parte palestina de Jerusalém ocupada desde 1967 por Israel, e anexada posteriormente, e que os palestinos querem que seja a capital de seu futuro Estado.

É onde se encontra a ultrassensível Esplanada das Mesquitas, terceiro local santo do Islã, e o lugar mais sagrado para os judeus, que chamam de Monte do Templo. Nesse ponto, foi erguido o segundo templo judeu destruído pelos romanos no ano 70. A Unesco faz referência a essa área apenas como Esplanada das Mesquitas, o que incomoda Israel.

Israel também critica que se designe por seu nome árabe, Al Buraq, que os israelenses chamam de Muro das Lamentações.