Alegria, pressão pós-perda e goleada: estreia de Diniz no Brasil deixa boa impressão
Seleção não encontrou dificuldades para passar pela Bolívia, no Mangueirão
O adversário esteve longe de ser dos mais fortes, mas talvez tenha sido o ideal para a Seleção Brasileira iniciar o ciclo rumo a Copa do Mundo de 2026 sob o comando de Fernando Diniz. Com uma nova forma de jogar, diferente até mesmo do que a maioria dos atletas está acostumada a praticar em seus clubes na Europa, o Brasil deixou uma boa impressão ao derrotar a Bolívia, nesta sexta-feira (8), no Mangueirão, pela estreia das Eliminatórias Sul-Americanas. O placar de 5x1 poderia ter sido ainda maior devido ao volume ofensivo da equipe canarinha. Na terça-feira, a Seleção volta a campo pelo torneio. Às 23h, visitará o Peru, no Nacional de Lima.
Se com Tite, o Brasil estava acostumado a praticar um futebol posicional, com Diniz a intensidade e a grande movimentação dos jogadores darão a tônica das partidas daqui para a frente. O tempo de trabalho para o duelo com os bolivianos foi pouco. Contudo, ficou nítido na atuação brasileira a cara do treinador do Fluminense. Durante o primeiro tempo, por exemplo, a Seleção chegou a ter 77% da posse de bola e pouco sofreu defensivamente. No ataque, se não fosse o goleiro Viscarra, a etapa inicial poderia ter terminado com uma sonora goleada.
Seja por dentro ou pelos lados, o Brasil incomodou a zaga adversária a todo momento. Pela esquerda, Rodrygo contou com o apoio de Lodi a todo momento. Do lado oposto, um dos grandes destaques da noite no Mangueirão foi Danilo. Se com Tite, o jogador da Juventus era uma espécie de terceiro zagueiro, nesta nova fase, teve papel importante nas investidas ofensivas ao lado de Raphinha. O atacante do Barça, inclusive, foi o principal nome do primeiro ato deste novo ciclo.
Aliás, os dois primeiros gols saíram de tramas envolvendo Danilo e Raphinha. No primeiro gol de Rodrygo, o lateral-direito enfiou grande bola para Raphinha nas costas da zaga. Já no tento anotado pelo camisa 7, o ponta recebeu de Neymar, antes de chutar colocado para vencer Viscarra.
Pressão pós-perda faz efeito
Não deixar o adversário respirar é uma das principais características dos trabalhos de Fernando Diniz por onde passa. No terceiro gol brasileiro isso ficou evidente. Na famosa pressão pós-perda, Bruno Guimarães deixou Rodrygo na boa para fazer mais um.
Alegria para jogar
Durante a semana, todos os jogadores que concederam entrevista coletiva na capital paraense salientaram que um dos propósitos de Diniz na Seleção é devolver ao torcedor o prazer de assistir ao Brasil em campo. Durante a partida foram vários lances. As investidas dos dois últimos gols, no entanto, coroaram Neymar como maior artilheiro da história da Seleção, ultrapassando Pelé. No quarto gol, sete jogadores participaram do lance antes de Rodrygo achar o astro do Al Hilal livre no meio da área. No quinto, o Brasil ficou com a bola durante 40 segundos, até Raphinha rolar para o camisa 10 marcar o seu gol de número 79 com a camisa verde-amarela.