ONU lamenta "indiferença" com as mortes de milhares de migrantes
lto Comissário da ONU para os Direitos Humanos fez um apelo por ações rápidas diante da mudança climáticae e pelo fim do uso das energias fósseis
O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, declarou "chocado com a indiferença" diante de milhares de migrantes que morrem a cada ano no planeta nas rotas migratórias.
Ele também fez um apelo por ações rápidas diante da mudança climática.
"Não precisamos de mais avisos. O futuro distópico já está aqui. Precisamos de medidas urgentes agora", afirmou.
"A mudança climática está levando milhões de pessoas para a fome. Está destruindo esperanças, oportunidades, lares e vidas. Nos últimos meses, os alertas urgentes viraram realidades letais de maneira repetida em todo o mundo", disse Türk no discurso de abertura da 54ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos em Genebra.
Türk fez as declarações após o fracasso do G20 no fim de semana em aprovar uma declaração com um pedido pelo fim do uso das energias fósseis.
O Alto Comissário também criticou a indiferença com os milhares de migrantes que morrem durante as tentativas de conseguir uma vida melhor.
“Estou chocado com a indiferença que se manifesta diante das mais de 2.300 pessoas que foram declaradas mortas ou desaparecidas no Mediterrâneo este ano, incluindo mais de 600 em apenas um naufrágio nas costas da Grécia em junho”, afirmou.
“É evidente que um número muito maior de migrantes e refugiados morrem, sem notificação”, acrescentou, antes de mencionar o Canal da Mancha, o Golfo de Bengala e o Caribe, áreas onde “pessoas em busca de proteção” são expulsas, denunciou.
A Turquia também criticou a situação na fronteira entre os Estados Unidos e o México, onde as expulsões e processos de devolução acelerados provocam muitas dúvidas.