LANÇAMENTO

Quanto vai custar o iPhone 15? Por que os celulares da Apple ficam cada vez mais caros?

Nos EUA, modelo premium deve ter acréscimo de até US$ 300 no preço. Empresa aposta em aparelhos sofisticados para ampliar receita por unidade vendida

Apple lança iPhone 15 na próxima terça-feira, dia 12 de setembro - Reprodução / Apple

A Apple está pronta para lançar o iPhone 15 nesta terça-feira, junto com novas versões de relógios e AirPods. E, mais uma vez, a empresa incentivará os usuários a comprarem modelos mais caros, ajudando a aumentar sua receita em um momento delicado.

Quando as vendas unitárias do iPhone começaram a estagnar em 2016 – caíram para cerca de 200 milhões a 220 milhões aparelhos anualmente– a Apple teve uma ideia ousada: aumentar a receita ampliando a escala.

Um ano depois, em 2017, a empresa colocou o plano em ação. Isto é, lançou o iPhone X por US$ 999, um preço alto na época. Em 2018, ofereceu o iPhone XS Max com 512 gigabytes de memória por US$ 1.449. Hoje, já disponibiliza um iPhone 14 Pro Max por US$ 1.599 com um terabyte de armazenamento.

A estratégia funcionou. As vendas anuais de unidades do iPhone até permaneceram estagnadas nos últimos sete anos, mas a receita cresceu cerca de US$ 70 bilhões nesse período. A mudança aconteceu também na forma como a Apple mede seu sucesso. A empresa parou de reportar vendas de unidades de dispositivos no ano fiscal de 2019, concentrando-se no volume de dinheiro que cada produto traz.

Novo impulso nos preços
Nesta terça-feira, essa receita poderá receber outro impulso. O preço dos iPhones de última geração devem aumentar ainda mais em alguns mercados, com a empresa oferecendo componentes mais caros como armações de titânio, novos sensores de câmera e armazenamento adicional.

As novidades darão aos usuários mais motivos do que nunca para fazer alarde nos telefones mais caros da Apple. A empresa vai diferenciar ainda mais seu iPhone 15 Pro dos modelos padrão, dando-lhes bateria com vida útil maior, velocidades de transferência de dados USB-C mais rápidas, bordas mais finas e telas mais agradáveis.

As versões Pro também terão uma personalização de botão de ação e um chip mais rápido.

Para alguns consumidores, esses recursos podem fazer com que a diferença de até US$ 300 entre o iPhone normal e o modelo Pro valha a pena. Se a Apple comercializar a diferença como sendo apenas cerca de US$ 10 a US$ 15 a mais por mês em planos parcelados, o aumento de preço poderá ser ainda mais atraente.

A Apple também está adicionando um atrativo extra ao modelo premium, o Pro Max: o telefone oferecerá uma gama mais ampla de zoom óptico através de uma lente de periscópio. Este sistema duplica a capacidade do aparelho de ampliar um objeto através da lente de hardware de três a seis vezes mais.

Nos últimos anos, os dois modelos "Pro" normalmente se diferenciavam apenas em termos de tamanho da tela e capacidade da bateria. Eles compartilhavam os mesmos recursos, componentes internos e especificações. A última vez que a Apple diferenciou seus telefones topo de linha foi em 2020, quando o iPhone 12 Pro Max tinha zoom e estabilização ligeiramente superiores. Mas a adição do periscópio é mais significativa.

Abordagem mais agressiva
A nova abordagem mostra que a Apple está ficando mais agressiva com sua estratégia premium. A empresa também incentivará os clientes a adquirir acessórios mais caros, dando continuidade à tendência do lançamento em setembro de 2022.

Todos os novos Apple Watches receberão uma grande atualização de desempenho, mas os usuários precisarão optar pelo Ultra, mais caro, para obter uma caixa de titânio, tela maior e bateria de maior duração. E se os clientes quiserem AirPods com suporte para carregamento USB-C, eles precisarão comprar o modelo mais caro, pelo menos por enquanto.

A Apple está lançando seus mais recentes iPhones em um momento delicado. Houve uma desaceleração na demanda por smartphones em todo o setor, contribuindo para vários trimestres de queda nas vendas. E agora existem preocupações sobre a China, onde as agências governamentais estão a restringir a utilização do iPhone e um novo telefone Huawei poderá tentar os consumidores.

Para a Apple, a esperança é que um produto repleto de recursos (e mais caro). A linha do iPhone ajudará a empresa a enfrentar quaisquer desafios.