Com Mauro Cid e Max Guilherme fora da cadeia, quem é o auxiliar de Bolsonaro que segue na prisão
Sérgio Rocha Cordeiro é descrito por aliado do ex-presidente como 'invisível, discreto e leal'
Em maio, três ex-auxiliares próximos de Jair Bolsonaro (PL) foram presos sob a acusação de envolvimento com um esquema que teria fraudado cartões de vacinação da Covid-19. Uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, porém, concedeu liberdade, mediante monitoramento eletrônico, a Max Guilherme Machado de Moura e Mauro Cid, que fechou um acordo de delação premiada com aval do magistrado. Assim, o último servidor fiel a Bolsonaro envolvido no episódio ainda atrás das grades é Sérgio Rocha Cordeiro, que trabalhava na segurança pessoal da Presidência durante o mandato do ex-presidente. Nesta segunda-feira, a defesa do militar apresentou um pedido ao STF para que a decisão de Moraes também seja estendida a Rocha Cordeiro.
Capitão do Exército durante 37 anos, Sérgio Cordeiro fez parte da equipe de segurança de Jair Bolsonaro nos últimos anos. Em setembro de 2022, o ex-assessor cedeu a própria casa para que o ex-presidente fizesse suas lives semanais, após decisão do ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que proibiu Bolsonaro de transmiti-las a partir do Palácio do Alvorada.
"Eu vou falar: as lives estão sendo feitas na casa do capitão Cordeiro, tá? Agora, você pode ver a despesa que eu tenho para deslocar. Me ajuda aí: quantos carros? Dez carros, pessoal? Oito carros. Oito carros. Quantas pessoas? Somando van, certo? De 20 a 30 pessoas. Até então é uma despesa enorme que a gente tem", disse Bolsonaro, à época, a jornalistas no Alvorada sobre a mudança de estrutura das transmissões para a casa do então assessor.
Ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro e advogado do ex-presidente em diferentes processos, Fábio Wajngarten já descreveu Cordeiro como "invisível, discreto, trabalhador, leal", com "firmeza total". Na ocasião, ao comentar uma foto postada pelo militar diante da imagem de Bolsonaro com a faixa presidencial, em agosto de 2021, Wajngarten acrescentou que o militar "esteve ao lado" de Bolsonaro "nos momentos mais difíceis" e também "nos momentos de vitórias".
A proximidade de Bolsonaro com Cordeiro era, inclusive, anterior à ascensão do político ao Palácio do Planalto. Ele atuou como assessor parlamentar quando o ex-presidente foi deputado federal, durante cerca de 11 meses (de fevereiro a dezembro de 2018), segundo descrição no LinkedIn, rede social na qual o militar registra sua trajetória profissional.
No perfil, Cordeiro também destacou passagens pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo de outros três presidentes: Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje em seu terceiro mandato.