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Alergias: veja sintomas, causas e tratamento

Existem quatro principais tipos de alergia, que se manifestam de maneiras diferentes

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Desde uma coceirinha inofensiva na pele até algo mais grave, como o inchaço na garganta, a alergia é um problema relativamente comum no cotidiano. Na maioria das vezes, os sintomas são facilmente controlados, principalmente quando o paciente já conhece o próprio histórico. Mas é preciso muita atenção para maiores complicações, que necessitam de tratamento específico, com acompanhamento de um médico especialista.

Quais são as causas da alergia?
A alergia nada mais é do que uma resposta exacerbada do sistema imunológico a alguma substância que normalmente seria inofensiva ao organismo. Pode se manifestar em qualquer momento da vida, assim como também pode desaparecer com o tempo.

Existe uma predisposição genética hereditária que determina esse tipo de resposta imune, mas o fator não é a única regra. Há também o peso de fatores ambientais aos quais certas pessoas são expostas ao longo da vida. Alguns indivíduos desenvolvem alergia a poeira, por exemplo, enquanto outros apresentam o problema quando ingerem um tipo de alimento.

A coordenadora do Departamento Científico de Alérgenos da Asbai, Luíza Karla de Paula Arruda, explica que as origens das alergias não são completamente conhecidas.

— A gente ainda não entende muito bem por que, em certo momento, podem surgir os sintomas — explica Luíza. — Se uma pessoa tem predisposição a outras alergias, isso é variável. Pode haver também o que a gente chama de reatividade cruzada, quando uma pessoa reage a uma proteína ou a alguma molécula presente em diferentes componentes.

Quais os tipos mais comuns de alergia?
Por ser um termo que engloba várias condições clínicas, pode-se dizer que são quatro os principais tipos de alergia, que se manifestam de maneiras diferentes.

Alergias respiratórias
Comuns em todo o mundo, as alergias respiratórias podem afetar crianças e adultos. Os sintomas mais comuns são espirros, coriza e obstrução nasal. A rinite, uma das mais conhecidas, pode se manifestar em qualquer época do ano e, muitas vezes, é desencadeada pela mudança brusca nas condições do tempo. Quadros crônicos ou agudos quase sempre devem receber ajuda médica, para que o caso não evoluir para a asma.

Alergias cutâneas
As alergias cutâneas ocorrem quando uma substância alergênica entra em contato com a pele, causando reações como vermelhidão, coceira ou pequenos inchaços na região. A alergia pode se manifestar em diferentes partes do corpo, como mãos, pés, rosto, axilas, pernas, barriga e costas. Algumas das mais comuns são: dermatite de contato, dermatite atópica, urticária e angioedema.

Alergias medicamentosas
A alergia a certos medicamentos é comum, mas não deve ser confundida com reações adversas previstas na bula. Geralmente, a reação alérgica a fármacos pode ser grave e colocar a vida do paciente em risco. Os sintomas podem variar, afetando pele e mucosas, com inchaços, eritemas e urticárias; o sistema digestivo, com náuseas, diarreias e dores na região; e o sistema respiratório, com tosses, chiado no peito e falta de ar. É comum também a ocorrência de palpitações cardiovasculares e queda súbita de pressão arterial.

Alergias alimentares
Apesar de inofensiva na maioria das vezes, a alergia alimentar pode até levar à morte em alguns casos, dependendo da gravidade. Os causadores mais comuns de alergia são: amendoim e outras oleaginosas, frutos do mar, leite e ovos. A alergia alimentar pode se manifestar por meio de sintomas do trato gastrointestinal, mas também por sintomas cutâneos e respiratórios.

O que é a anafilaxia?
A anafilaxia é a resposta mais grave e sistêmica do indivíduo a um agente alergênico, podendo levar à morte se não tratada de imediato. A reação inclui variados sintomas, isolados ou combinados, que ocorrem em minutos ou em até poucas horas após a exposição. Perda de consciência, dor abdominal, obstrução das vias aéreas, urticária e arritmia são alguns dos sintomas possíveis num quadro de anafilaxia.

A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) recomenda que indivíduos de alto risco para anafilaxia devem ser instruídos a usar adrenalina em seringas para auto-injeção.

Como tratar uma alergia?
O tratamento para alergias pode ser muito amplo, a depender do diagnóstico. Pode-se realizar uma dieta de exclusão, quando constatada a alergia a um determinado alimento, ou evitar o uso de certos medicamentos desencadeadores de respostas alérgicas no paciente.

O tratamento medicamentoso inclui o uso de anti-histamínicos, corticosteroides inalatórios, entre outros. Mas também pode ser necessária a imunoterapia, ou seja, o emprego de vacinas para alergias, o que só pode ser receitado por um alergista e imunologista.

— A imunoterapia é uma ferramenta muito eficaz em muitas situações. Como efeito positivo, há a redução dos sintomas, podendo também minimizar ou até eliminar o uso de medicamentos durante o dia — explica a especialista Luíza Arruda, da Sbai. — Embora seja um tratamento prolongado, geralmente de três a cinco anos, em muitos casos, quando completado, o benefício continua, podendo haver uma modificação da resposta imune exacerbada para um padrão regulatório do organismo.