Artista de dança pernambucano faz vaquinha para intercâmbio na Suíça; saiba como ajudar
Aulas serão ministradas entre abril e junho de 2024, com 12 horas de atividades por dia
O pernambucano Brunno Greta, de 18 anos, está fazendo uma vaquinha para conseguir participar do programa de intercâmbio para artistas de dança Exchange Dance Programa, na Marcelos Move Dance School, em St. Gallen, na Suíça. O jovem mora no Alto Santa Terezinha, Zona Norte do Recife.
O programa ajuda artistas de dança em processo de formação e que buscam a profissionalização. As aulas serão ministradas entre abril e junho de 2024, com 12 horas de atividades por dia. O programa foi criado por Marcelo Pereira, que é referência na área e já foi aluno e professor do Studio de Danças do Recife, localizado no bairro das Graças, na área central da capital pernambucana, onde Brunno tem aulas.
A renda que o pernambucano conseguir arrecadar irá ajudá-lo a custear as passagens aéreas e a alimentação durante o intercâmbio. O artista de dança também precisa pagar R$ 1,5 mil da taxa de inscrição e ainda usará o dinheiro para figurinos em espetáculos.
A chave Pix para ajudar Brunno Greta é do tipo CPF: 152.001.994-76, banco Nubank, em nome de Bruno Filipe Gonçalves dos Santos.
Brunno atua em várias vertentes no mundo da dança. Além de ser bailarino, ele é passista de frevo, dançarino de jazz funk e danças populares e contorcionista circense.
Para o artista, que dança desde os 11 anos de idade, o momento de participar do intercâmbio é um passo importante em sua carreira.
"Eu passei muitos anos da minha vida, muitos anos, buscando aprender, inovar, sabe? Esse lado da dança, que já é de família mesmo. E nisso, a minha mãe, ela dançava frevo e eu acabei sempre admirando e vim buscando dela. Acabou que eu tive a oportunidade, no caso eu sempre tava procurando uma escola de balé, aí eu nunca tinha condições suficientes para poder custear tudo, acabei que eu ganhei uma bolsa lá no Studio de Danças do Recife, que fica lá nas Graças", falou Brunno à Folha de Pernambuco.
Brunno percorre 10 quilômetros todos os dias para ir ao estúdio. No começo, o jovem ia de ônibus e depois conseguiu uma bicicleta para ir pedalando. Para chegar ao intercâmbio na Suíça, que descobriu quando Marcelo Pereira liderou um workshop no Recife, o jovem passou por uma seleção com cerca de 300 bailarinos.
"É muito importante para mim, porque eu acredito muito que para a gente ser valorizado, ainda mais nessa área da dança, por aqui é um pouco difícil, sabe? E a gente tem que buscar sempre, modificar, melhorar e aprender mais. Foi um longo tempo, longo período para eu ter essa oportunidade e ainda mais poder mostrar minha cultura lá fora. E também vai ajudar muito no meu futuro, que eu quero me pregar nessa área, ter meu espaço, poder dar aula de dança às pessoas, ensinar às pessoas. E também representar a minha cidade", completou o jovem.
O artista pernambucano também defende a importância de ser um bailarino da periferia e representar sua cidade em um projeto importante para a sua área.
"É um sonho. Porque eu também tenho uma família, sou da periferia, sabe, onde eu fui muito desvalorizado. Acredito que as pessoas possam me ver com um olhar diferente. De orgulho, sabe? Até porque, já pensou, um bailarino da periferia, um passista de frevo, um dançarino de dança popular, de jazz funk, ir para fora, representar uma coisa que... tão difícil, sabe, de ser reconhecida por aqui. Também é um orgulho pra minha mãe, para os meus irmãos, para as pessoas que eu tenho um vínculo. É isso, eu quero muito. Eu vou, vou conseguir", acrescentou Brunno.