México

Funcionário da Procuradoria-Geral é assassinado no sul do México

O funcionário colidiu contra um portão de um bairro residencial

Um funcionário da Procuradoria-Geral do México foi assassinado nesta terça-feira (12) - Eduardo Guerrero/AFP

Um funcionário da Procuradoria-Geral do México foi assassinado nesta terça-feira (12) no estado de Guerrero (sul), três dias depois de um promotor também ter sido morto nessa região duramente atingida pelo narcotráfico, informaram as autoridades.

Fernando García, delegado da Procuradoria-Geral da República (FGR, pela sigla em espanhol), foi atacado a tiros na cidade de Chilpancingo, capital de Guerrero, quando ia para o trabalho em um caminhonete.

O funcionário colidiu contra um portão de um bairro residencial, segundas imagens que mostram o veículo com as janelas quebradas pelos disparos.

Policiais e soldados da Guarda Nacional militarizados isolaram uma área para coletar evidências, de acordo com um comunicado do Ministério Público estadual.

O assassinato de García ocorreu apenas três dias depois do assassinato de Victor Manuel Salas, promotor da conturbada sub-região de Tierra Caliente, também em Guerrero.

Tenente-coronel do Exército mexicano, Salas havia reforçado a função dias antes do crime, segundo relatos oficiais e da imprensa local, que garantiu que o funcionário havia sido executado por membros da Família Michoacana, uma das organizações do narcotráfico que opera na região.

A região de Tierra Caliente é composta por localidades nos estados de Guerrero, Michoacán e Estado do México, esta última fronteira com a Cidade do México.

Ante o aumento da violência, em maio passado, o governo lançou uma operação militar em Tierra Caliente para proteger a população das atividades de grupos do narcotráfico e dos conflitos entre esses grupos e as chamadas "autodefesas", formadas por civis que pegaram em armas alegando a inércia das autoridades diante da criminalidade.

Guerrero, com litoral no Pacífico e área de cultivo de papoula (matéria-prima da heroína), tem sido afetado há vários anos por organizações dedicadas ao tráfico de drogas, extorsão e sequestro.

O Governo Federal registrou mais de 420.000 assassinatos e descobertas de milhares de desaparecimentos desde o final de 2006, quando o presidente Felipe Calderón (2006-2012) lançou uma polêmica polêmica militar contra as drogas.

A participação dos militares nessas ações continua, apesar do atual presidente, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, afirmar que promove uma abordagem para reduzir a pobreza, que, em sua opinião, leva os jovens à criminalidade em várias regiões do país.