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Países enviam ajuda humanitária à Líbia, atingida por inundações

Turquia, Egito e Emirados Árabes foram os primeiros a enviarem missões de socorro. Nesta quarta-feira, outros país, como os da União Europeia, Catar e Reino Unido, também anunciaram o envio de auxílio

Soldados se preparam para transportar mantimentos enviados pela Jordânia para a Líbia, no aeroporto militar de Marka - Foto: KHALIL MAZRAAWI/AFP

Corpos enrolados em cobertores, estradas destruídas, prédios em ruínas e muita lama. Com a ajuda enviada de outros países, a Líbia tenta se recuperar nesta quarta-feira dos estragos causados pelas enchentes violentas que atingiram o país, após o rompimento de duas represas, e deixaram milhares de mortos, desaparecidos e desabrigados. Os primeiros a enviarem missões de socorro foram a Turquia, o Egito e os Emirados Árabes Unidos, enquanto a União Europeia, Reino Unido, Catar e outros países, anunciaram o envio de auxílio nesta quarta-feira.

A Turquia enviou uma equipe de ajuda humanitária, composta por 168 pessoas, dois veículos de busca e resgate e dois barcos de busca e resgate. Os Emirados Árabes Unidos mandaram dois aviões carregando 150 toneladas de suprimentos.

A Jordânia enviou um avião com ajuda humanitária, segundo a instituição de caridade Hachemita citada pela AFP. O avião levava tendas, cobertores, colchões e alimentos. A Tunísia enviou ajuda humanitária e tecnológica, segundo a Reuters.

O Kuwait enviou nesta quarta-feira 40 toneladas de suprimento, informou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha. A mídia palestina, citada pela agência francesa, informou que uma missão de resgate partiu de Ramallah, na Cisjordânia ocupada.

As Nações Unidas disseram que estão trabalhando para enviar assistência humanitária às áreas afetadas. Equipes de emergência também estão sendo mobilizadas. A organização prometeu ainda US$ 10 milhões em apoio aos sobreviventes. Na terça-feira, o presidente Joe Biden, citado pela Reuters, anunciou que os Estados Unidos enviaram fundos de emergências às organizações e autoridades libanesas, além da ONU para apoio adicional.

Nesta quarta-feira, a Itália anunciou o envio de um navio e dois aviões militares para transportar especialistas e equipamentos logísticos essenciais. A União Europeia, por sua vez, informou que a Alemanha, a Romênia e a Finlândia estavam enviando ajuda à Derna, a cidade mais afetada pela enchente. A UE disse ainda que doou cerca de US$ 540 mil dólares para atender às necessidades urgentes dos libaneses. O Reino Unido anunciou que enviou um "pacote inicial" de ajuda no valor de até US$ 1,25 milhão para assistência.

Segundo anunciou a mídia estatal egípcia, citada pela AFP, o presidente Abdel Fattah al-Sisi ordenou "o estabelecimento de campos de abrigo" para os sobreviventes do desastre, também nesta quarta-feira.

No Vaticano, o Papa Francisco pediu orações "por aqueles que perderam suas vidas, suas famílias e os desabrigados".

Mesmo sendo rica em petróleo, a Líbia ainda se recupera da guerra e do caos que se seguiram à revolta apoiada pela OTAN que derrubou e matou o ditador de longa data Moamer Kadhafi em 2011. Fragilizada, ainda haveria mais um agravante da tragédia: a divisão política vivida pelo país desde 2014 entre dois governos rivais — a administração com sede em Trípoli, reconhecida internacionalmente; e uma administração separada no leste, a região afetada pelo desastre.

A Líbia foi atingida pela tempestade Daniel, fenômeno extremo que já atingiu e deixou ao menos 27 mortos na Grécia, Bulgária e Turquia. As chuvas provocaram inundações e fizeram com que duas represas fossem rompidas próximas à cidade costeira de Derna, no nordeste do país. Autoridades locais apontam que número de mortos subiu para seis mil mortos, segundo a agência Aljazeera, e 30 mil pessoas estão desabrigadas. Outras dez mil vítimas seguem desaparecidas.