DESENROLA BRASIL

Desenrola: 924 empresas credoras foram cadastradas no programa

Esse total de empresas acumula 86% das dívidas de até R$ 5 mil que os consumidores brasileiros têm no setor privado, segundo a Fazenda

Haddad, Ministro da Fazenda - Foto: Evaristo Sá/AFP

O Ministério da Fazenda anunciou nesta quarta-feira que 924 entraram no programa Desenrola. São bancos, varejistas, companhias de água e saneamento e distribuidoras de eletricidade com dívidas a receber de consumidores inadimplentes.

Esse total de empresas soma 86% das dívidas de até R$ 5 mil que os consumidores têm em todo o país com o setor privado, segundo a Fazenda. A base de dados para esse cálculo das dívidas é dos birôs de crédito, como a Serasa.

Nesta próxima fase do programa, podem participar empresas com saldo a receber de consumidores negativados entre 1º de janeiro de 2019 e 31 de dezembro de 2022. O governo está considerando o aumento da inadimplência nesse período.

O Desenrola vai oferecer garantia para a renegociação de dívidas bancárias e não bancárias cujos valores somados não ultrapassem R$ 5 mil, por consumidor.
 

São dívidas de pessoas físicas com renda mensal igual ou inferior a dois salários mínimos, e também aqueles consumidores inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal. A estimativa é que no fim deste mês os devedores já possam fazer as negociações, pela plataforma.

Na primeira etapa, comemorada pelo governo, o programa focou nas dívidas bancárias dos consumidores com renda mensal de até R$ 20 mil. No balanço mais recente, a Febraban identifica o total de R$ 11,7 bilhões em volume financeiro negociados nesta modalidade.

Em paralelo, nesta etapa, as instituições financeiras retiraram dos registros de débitos cerca de 10 milhões de dívidas de até R$ 100. Como um consumidor pode ter mais de uma dívida, esse número não é por pessoas.

Ainda segundo a Febraban, foram 6 milhões de pessoas retiradas dos registros da negativação, nesses débitos de pequeno valor.

Leilões
A ideia é estabelecer uma competição entre as empresas credoras: quem oferecer os maiores descontos poderá usar o fundo que o governo está oferecendo para facilitar as negociações das dívidas.

Para isso, foram disponibilizados R$ 8 bilhões do chamado Fundo Garantidor de Operações (FGO). O início do leilão está previsto para o final da próxima semana.

Nessa etapa, as dívidas serão organizadas em lotes como de cartão de crédito, varejo, eletricidade, saneamento.

O potencial em dívidas a serem renegociadas, nesta fase, é bem maior do que o limite do FGO. Isso porque o fundo só vai cobrir as dívidas financiadas e não os pagamentos que serão realizados à vista.

Em junho, o Planalto apresentou estimativas preliminares na ordem de R$ 50 bilhões, o que poderia beneficiar 43 milhões de pessoas. Os números finais ainda serão fechados pela equipe econômica.