Marco temporal

Senador do PL apresenta relatório do marco temporal, e base do governo tenta adiar votação

Presença de senadores ficará prejudica por viagem aos Estados Unidos

Senador Marcos Rogério (PL), candidato ao governo de Rondônia - Foto: Divulgação/Senado

O senador Marcos Rogério (PL-RO) apresentou nesta terça-feira o relatório do projeto de lei do marco temporal das terras indígenas. O parlamentar manteve o texto que foi aprovado pela Câmara no final de maio. O projeto está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e já foi aprovado pela Comissão de Agricultura do Senado.

A assessoria do relator disse que ele deseja marcar a votação para a próxima quarta-feira, mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai retomar a análise do tema. Do outro lado, a base do governo no Senado tenta adiar a análise.

A presença de senadores na CCJ vai ficar prejudicada por conta da comitiva que irá acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O próprio presidente da comissão, Davi Alcolumbre (União-AP), está na comitiva.

Além do marco temporal, o projeto também abre brecha para contato com povos isolados caso haja "utilidade pública", além de dar margem para garimpo, construção de estradas e de usinas hidrelétricas em terras indígenas.

O projeto opõe ambientalistas e ruralistas, que tem forte aderência nos partidos do Centrão. A iniciativa define o ano de 1988, quando a Constituição foi promulgada, como marco para demarcação de terras indígenas. Opositores do projeto avaliam que usar o ano como marco seria retroceder em relação às terras conquistadas. Defensores do projeto, por sua vez, dizem que o texto dá "segurança jurídica".

O que está em jogo: