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Banco Central Europeu volta a elevar juros em 0,25 ponto percentual, no 10º aumento consecutivo

Taxa de depósito vai a 4%, patamar mais elevado desde que o euro foi lançado em 1999

Banco Central Europeu (BCE) eleva juros para combater inflação - AFP

O Banco Central Europeu (BCE) deu continuidade ao seu processo de aperto monetário nesta quinta-feira (14) ao elevar os juros em 0,25 ponto percentual. É o décimo aumento consecutivo das taxas.

Com a decisão, as taxas de empréstimo, refinanciamento e depósito ficaram em 4,75%, 4,50% e 4% anuais, respectivamente. É o patamar mais elevado da taxa de depósito desde que o euro foi lançado em 1999.

"A inflação continua a diminuir, mas espera-se que continue demasiado elevada durante demasiado tempo", destaca o banco, em seu comunicado.

O Conselho do BCE ressaltou que considera que as taxas de juro atingiram níveis que, mantidos por um período suficientemente longo, contribuirão substancialmente para o regresso da inflação à meta de 2%.

A autoridade monetária ressaltou que as taxas de juros ficarão em níveis elevados o tempo que for necessário, reforçando a dependência de dados para as próximas decisões.

" As decisões sobre taxas de juro irão se basear na avaliação das perspectivas de inflação à luz dos dados económicos e financeiros disponíveis, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária", destaca o banco.

O aumento dos juros tem como objetivo combater a inflação, que permanece em patamares elevados, mas apresenta desaceleração.

O índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro desacelerou para 5,3% em agosto, mesmo patamar registrado em julho. Ainda assim, os números estão distantes da meta de 2% do BCE.

Projeções econômicas: mais inflação e menor crescimento

As projeções macroeconômicas de setembro elaboradas pelo banco indicaram uma inflação média de 5,6% em 2023, 3,2% em 2024 e 2,1% em 2025.

"A revisão em alta para 2023 e 2024 reflete principalmente uma trajetória mais elevada para os preços da energia. As pressões subjacentes sobre os preços permanecem elevadas, embora a maioria dos indicadores tenha começado a diminuir", destaca o BCE.

Para o núcleo da inflação, quando são excluídos componentes voláteis de alimentos e energia, as estimativas foram de 5,1% em 2023, 2,9% em 2024 e 2,2% em 2025.

Sobre o crescimento, as projeções são de que a economia da zona do euro se expanda em 0,7% em 2023, 1,0% em 2024 e 1,5% em 2025. Os dirigentes do banco destacaram que, com o aumento dos juros, as condições de financiamento tornaram-se ainda mais restritivas e estão a atenuar cada vez mais a procura, o que impacta na atividade.

Redução de carteiras
Sobre o Programa de Compra de Títulos (APP, da sigla em inglês), o BCE destacou que a carteira está diminuindo em um ritmo moderado e previsível, uma vez que não estão ocorrendo mais reinvestimentos de capital dos títulos que estão vencendo.

Em relação ao programa de aquisições emergenciais da pandemia (PEPP, nas iniciais em inglês), o BCE afirmou que pretende reinvestir os pagamentos de capital dos títulos vincendos do programa até, pelo menos, o final de 2024.