PERNAMBUCO

Real Hospital Português comemora 168 anos com missa e homenagens

Instituição investe em expansão de dois setores

Missa em celebração dos 168 anos do Real Hospital Português. - Junior Soares/Folha de Pernambuco

O aniversário do Real Hospital Português é no sábado (16), mas as comemorações foram antecipadas para esta quinta-feira (14).

A missa, na tradicional capela, começou, pontualmente às 9h, ao som do louvor “Aleluia” e foi seguida de orações em prol da diretoria e colaboradores do Real Hospital Português, que foi fundado pelo doutor José D’Almeida Soares Lima Bastos, em 1855, tornando-o o primeiro hospital beneficente de Pernambuco. Hoje, a entidade estampa o slogan “Confiança é tudo”.

O diretor operacional da Folha de Pernambuco, José Américo, e a executiva de contas multimídia, Renata Soraya, compareceram à cerimônia religiosa, representando a direção do jornal, que foi convidado pela gestão hospitalar, ontem, em visita à sede do noticiário, que fica no bairro do Recife.

Diretor operacional da Folha de Pernambuco, José Américo, e a executiva de contas multimídia, Renata Soraya | Foto: Júnior Soares/ Folha de Pernambuco

 

Para o provedor do RHP, Alberto Ferreira da Costa, os 168 anos de fundação da instituição de saúde só mostram a força e vitalidade que ela representa para a sociedade pernambucana.

“O Hospital Português é o segmento de um povo que vive, gosta e transforma as boas razões em coisas muito úteis, e é uma necessidade ele estar presente no Recife, por tanto bem que faz a tantas pessoas que precisam de um apoio moral, de um apoio cristão, e nós estamos prontos sempre para cooperar com esse trabalho e vamos continuar com essa vontade e com o esforço que Deus nos deu”, afirmou.

RHP nasceu em época oportuna
Durante a celebração religiosa, o vice-provedor do Português, Joaquim Amorim, fez a leitura de uma passagem bíblica no livro de Números, que relata o momento em que o povo de Israel seguiu pelo deserto com destino ao Mar Vermelho, e a morte veio sobre algumas pessoas, mas, sob providência de Deus, a cura e ressureição alcançaram aquela gente. Em entrevista à reportagem, ele compara o momento da passagem bíblica com a época difícil em que o HRP chegou ao Estado, durante uma epidemia de cólera que deixou muitos mortos no Recife, provocando uma verdadeira catástrofe na saúde.

"O médico fundador do hospital teve a iniciativa de acionar a colônia portuguesa e eles se juntaram para criar essa unidade na fase de início para combater exatamente a cólera. E daí foi lançada essa ideia. Depois, com a comunidade atuando fortemente, ampliaram e criaram a instituição, fortaleceram cada vez mais, depois de chegar onde ela chegou. É certo que passaram momentos difíceis, era mantida a unidade através das empresas da comunidade portuguesa. Tudo foi superado e o hospital se tornou essa grandeza que é hoje. Podemos dizer que, com toda certeza, é o maior hospital do Nordeste do Brasil, não só pelo tamanho, mas pela qualidade. Aqui se pratica a medicina de ponta. O hospital, hoje, está no mesmo nível dos hospitais do Sul e até dos internacionais. Inclusive, temos muitas parcerias internacionais, exatamente, para que haja essa troca de informações e quando há uma necessidade, uma urgência, é feito esse intercâmbio", explicou.

A secretária executiva de regulação média e alta complexidade do Recife, Anna Renata Lemos, foi à festividade representando o prefeito da Cidade, João Campos (PSB), e a secretária de Saúde da cidade, Luciana Albuquerque. Ela destaca as parcerias da gestão municipal com o Real Hospital Português.

"Esse hospital tem uma enorme importância para o Norte e Nordeste, mas para a Prefeitura do Recife, ele tem uma importância especial. A gente tem um convênio firmado desde 2018. Neste ano, a gente tem ampliado essa parceria. Ele foi palco do lançamento do nosso mutirão de especialidades, que tem uma perspectiva de realizar 150 mil procedimentos especializados. É um importante serviço também que oferece atendimento de qualidade para a população, usuários do SUS, e o Recife só parabeniza e reforça a importância dessa parceria que a gente fortalece a cada dia", destacou.

O Frei Paulo Sérgio, capelão que presidiu a missa de abertura, acredita que a empatia e gratidão a Deus foram fundamentais para a construção dessa história de sucesso.

“Tudo que nós temos e somos vem de Deus. Então é muito importante, nos momentos festivos lembrar de Deus e agradecer a Ele. A celebração da Santa Missa é a maior oração que o cristão deve prestar a Deus, porque é nessa celebração onde a gente pede, agradece e recebe graças e bênçãos para continuar firmes na fé”, disse à reportagem.

A emergência do hospital atende, diariamente, uma média de 450 pessoas. O RHP possui 5.652 colaboradores, quase 3 mil médicos cadastrados e mais de 60 clínicas especializadas que, junto aos números da emergência, recebem cerca de mil pessoas todos os dias.

Investimento
Em todos os aniversários do RHP, uma novidade é anunciada e, neste ano, durante o evento festivo que sucedeu a missa, foram anunciados investimentos em duas áreas importantes para o atendimento aos pacientes. A entrega de um novo centro de Endoscopia Digestiva e a expansão do setor de Oncologia.

O chefe do setor de Endoscopia, Eduardo Siqueira, fala sobre a conquista de um centro totalmente novo e cheio de tecnologia para atender às demandas diárias do complexo hospitalar. O projeto estava em obras há pouco mais de um ano.

"A gente está oferecendo um serviço que, com certeza, garante segurança de atendimento, qualidade ética, humana, para quem procurar o hospital. As salas e os aparelhos também são novos. Já eram muito bons, mas a gente investiu mais ainda em tecnologia e novas máquinas que chegaram para compôr o parque de equipamentos. As salas são de tamanhos bastante interessantes, garantem também segurança, fluxo de entrada e saída dos pacientes. A gente pode fazer, inclusive, cirurgias lá dentro, se for necessário", explicou.

Durante a solenidade, houve a entrega da Comenda de Excelência Médica do Real Hospital Português à geriatra Maria do Carmo Lencastre. Ela ocupou o cargo de diretora médica do hospital e, atualmente, está como diretora do Instituto de Ensino e Pesquisa Alberto Ferreira da Costa, da Escola de Saúde e da Unidade de Bioética do Real Hospital Português of International Chair of Bioethics, cooperating Center of World Medical Association. Ela, que estava bastante emocionada durante a homenagem, disse que tem o complexo hospitalar como uma segunda casa, e que, assim como o centro de saúde, é portuguesa com orgulho e brasileira com amor.

"Eu não esperava, mas isso representa o carinho que a instituição tem tido pelo trabalho que eu tenho feito na geriatria, na diretoria do hospital, no ensino e na pesquisa. Reconhecimento sempre nos faz bem. Aqui eu escolhi viver, aqui eu escolhi trabalhar. É uma casa portuguesa, é uma casa brasileira", concluiu.