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Moraes e Mendonça discutem no julgamento do 8 de janeiro: "Não coloque palavras na minha boca"

Julgamento começou ontem com o voto de Alexandre de Moraes, que foi pela condenação do acusado a 17 anos de prisão

Alexandre de Moraes e André Mendonça - Divulgação/ STF

O segundo dia de julgamento de réus acusados pelos atos de 8 de janeiro no Supremo Tribunal Federal (STF) foi marcado por uma ríspida discussão entre o relator dos casos, ministro Alexandre de Moraes, e o ministro André Mendonça, último indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro à Corte. O bate-boca começou quando Moraes interrompeu o voto de Mendonça para rebater alguns de seus argumentos contrários à imputar aos invasores o crime de tentativa de golpe.

"Com todo o respeito, Vossa Excelência querer falar que a culpa do 8 de janeiro é do ministro da Justiça..." começou Moraes.

Mendonça rebateu: — Muito embora eu quisesse que houvesse vídeos do Ministério da Justiça.

Moraes, então, continuou: — Vossa Excelência vem ao plenário do STF, que foi destruído, para dizer que houve uma conspiração do governo contra o próprio governo?

Neste momento, Mendonça se exaltou, pedindo ao relator para "não colocar palavras" em sua boca.

Ao iniciar a apresentação de seu voto, Mendonça sinalizou discordar do relator e de Cristiano Zanin quanto aos crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

— Eles não agiram para tentar depor o governo. A deposição do governo dependeria de atos que não estavam ao alcance dessas pessoas — disse Mendonça. Com as considerações do ministro, os colegas iniciaram um debate sobre o que configura uma tentativa de golpe.