8 de janeiro

Jorge Seif chora ao questionar general na CPI do 8 de janeiro: 'Covarde que presta continência'

Jorge Seif atacou militar após questionar se general acreditava que pessoas presas em acampamento eram criminosas

O senador Jorge Seif chora durante sessão da CPI - Foto: Reprodução

O senador Jorge Seif (PL-SC) atacou o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes durante sessão da CPI do 8 de janeiro, chamando o militar de covarde. Dutra estava à frente do Comando Militar do Planalto durante os atos golpistas no início deste ano. Durante a sessão, Seif mostrou um vídeo com militantes bolsonaristas e questionou Dutra se aquelas pessoas eram criminosas.

O militar respondeu que as pessoas que estavam acampadas em frente ao Quartel-General no dia 9 de janeiro foram encaminhadas para triagem conforme decisão do Supremo Tribunal Federal. Seif, então, interrompeu o general chamando-o de covarde.

— O senhor é um covarde. E o senhor presta continência para comunista. E o senhor hoje serve a uma ladrão. E o senhor traiu seu povo, tinha todas as condições de desmobilizar os acampamentos e não fez para deixar depois Flávio Dino. Vocês não desmobilizaram mas depois que virou governo, para adular esse governo de ladrão, de desgraçados que arruinaram nosso país e vão arruinar de novo. O senhor encaminha senhoras, senhores, famílias e crianças, para serem presos, para agora terem pena, general? Covarde — disse Seif.

O ataque do senador gerou reação do presidente da CPI, o deputado Arthur Maia (UNIÃO-BA), que pediu para que os ataques fossem retirados das notas taquigráficas da sessão.

— Senador, vou lhe interromper, é a segunda vez que o senhor ofende o depoente, isso não é razoável — afirmou Maia.

Seif continuou discursando e afirmou que desejava que o general convivesse "para o resto dos seus dias" com a imagem do 7 de setembro e repetiu um argumento utilizado recentemente pelos deputados bolsonaristas em relação à comparação do tamanho do desfile deste ano com o evento realizado no ano passado. O senador afirmou ainda que os militares "por falta de coragem, escolheram o lado errado".

— Enquanto os que estão aqui cospem na bandeira que o senhor fez juramento, tocam fogo, pisoteiam. Quero que o senhor conviva com isso, que a esquerda que destruiu a imagem dos senhores — afirmou.