8 de janeiro

8 de janeiro: quem é Aécio Lúcio Costa Pereira, primeiro condenado pelo STF pelos atos golpistas

Ex-servidor da Sabesp deve cumprir 17 anos de prisão por cinco crimes, entre eles, tentativa de golpe de Estado e atentado contra o Estado Democrático de Direito

Aécio Lucio Costa Pereira, bolsonarista radical e funcionário da Sabesp, grava vídeo em invasão no Congresso - Foto: Reprodução/Twitter

Primeiro condenado por participação nos atos do 8 de janeiro no Supremo Tribunal Federal (STF), Aécio Lúcio Costa Pereira ocupava cargo na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabeps) à época das incursões golpistas. O ex-servidor de 51 anos foi condenado a 17 anos de prisão por enquadramento em cinco crimes, entre eles, a tentativa de golpe de Estado e a abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Morador de Diadema, ele foi até Brasília a convite de amigos que participavam de acampamentos diante de quartéis em São Paulo. Aécio também fazia parte de um grupo autointitulado "Patriotas". Após ser preso, no próprio 8 de janeiro, alegou que tinha como objetivo "lutar pela liberdade". Entre as acusações que pesam contra o ex-servidor da Sabesp está a doação de R$ 380 reais ao grupo "Patriotas". Ele também afirmou que acreditava que a manifestação seria pacífica, além de ter negado ser responsável por danos ao patrimônio ou ter praticado atos de violência.

No 8 de janeiro, ele compartilhou vídeos nas redes sociais entrando no Salão Negro e ocupando a mesa diretora do Senado Federal. Aécio estava usando uma blusa com os dizeres "intervenção militar já" e compartilhou nas redes sociais um vídeo em que falou com os colegas da Sabesp:

"Amigos da Sabesp: quem não acreditou, estamos aqui. (...) Olha onde eu estou: na mesa do presidente. Vai dar certo, não desistam. Saiam às ruas", afirmou na gravação, pouco antes de ter sido preso pela Polícia Legislativa nas dependências do Senado.

Pena de 17 anos
Nesta quinta-feira, Aécio Lúcio Costa Pereira foi condenado, por unanimidade, a 17 anos de prisão pela prática de cinco crimes — tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado, atentar contra o Estado Democrático de Direito e associação criminosa.

Na denúncia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) explicitou que o ex-servidor da Sabesp foi identificado invadindo o Salão negro, dentro do Senado, e acessando galerias até chegar à mesa da Casa legislativa.

Além disso, a PGR apontou que Pereira teria comparecido ao QG do Exército, principal local em que golpistas estavam acampados, e teria feito uma doação de R$ 380 ao grupo Patriotas, que teria ajudado a transportar pessoas a Brasília. A denúncia expôs ainda que o réu fez publicações de cunho golpista e antidemocrático em grupos de mensagens, com o compartilhamento de vídeos que comprovaram a sua permanência dentro do Senado.