Diplomacia

Após desencontro no G7, Lula e Zelensky poderão se reunir durante Assembleia-Geral da ONU

Em Brasília, o encontro está entre as possíveis reuniões bilaterais que Lula terá em Nova York

Presidente Lula - Evaristo Sá/AFP

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, poderão se reunir em Nova York, às margens da Assembleia-Geral das Nações Unidas, na semana que vem. De acordo com um interlocutor do governo brasileiro, a conversa entre os dois mandatários está entre os possíveis encontros bilaterais de Lula.

Uma reunião entre os dois presidentes quase aconteceu, em maio último, durante a Cúpula do G7 (grupo formado por Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá), no Japão. A versão do governo brasileiro é que foram oferecidos mais de dois horários para Zelensky, que, assim como Lula, participou de parte do evento como convidado. Porém, o ucraniano não apareceu.

Lula defende a criação de um grupo de países para ajudar a costurar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia e sinalizou que gostaria de conversar sobre o assunto com Zelensky. O líder ucraniano diz que uma negociação teria que ter como base condições já apresentadas pela Ucrânia.

O presidente ucraniano gostaria que o Brasil adotasse uma posição mais dura com o Kremlin. O governo brasileiro condenou a invasão russa à Ucrânia, mas não concorda com a aplicação de sanções econômicas à Rússia por alguns países, como Estados Unidos e os da União Europeia.

Lula e Zelensky conversaram por telefone, em março deste ano. No contato, o mandatário ucraniano convidou o presidente brasileiro para ir a Kiev.

O assessor especial para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, foi a Kiev, também em maio, antes da Cúpula do G7. Amorim foi recebido por Zelensky, que reforçou o convite para que Lula fosse visitá-lo em seu país.

Em abril, Amorim foi a Moscou, onde se reuniu com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. No mesmo mês, o chanceler russo, Sergey Lavrov, visitou Brasília e afirmou que Brasil e Rússia tinham visões comuns sobre a paz mundial.