Transtorno do Espectro Autista

Letícia Sabatella fala sobre diagnóstico de TEA: "Perdia amizades porque não conseguia sair de casa"

Atriz revela sensação "libertadora" ao receber diagnóstico tardio, aos 52 anos de idade

Letícia Sabatella fala ao "Fantástico" sobre o seu diagnóstico de autismo - Reprodução: TV Globo

Neste domngo (17), o Fantástico exibiu uma reportagem exclusiva com a atriz e cantora Letícia Sabatella. Diagnosticada aos 52 anos de idade com transtorno do espectro autista (TEA), Sabatella busca compreender o grau das complexidades do TEA no decorrer de sua vida. Em retrospectiva, identifica com mais facilidade uma série de padrões comportamentais afetados por sua hipersensibilidade sensorial:

Quantas vezes eu perdia amizades ou as pessoas ficavam magoadas comigo porque eu não conseguia sair de casa. Eu não conseguia ir ao cinema, porque é uma experiência sensorial muito forte, como se eu tivesse tendo um sonho premonitório que iria definir a minha vida, de tão sensível.

De forma inconsciente, Sabatella encontrou mecanismos de apoio capazes de protegê-la, bem como impulsionar o desenvolvimento de suas habilidades sociais. Desde pequena, encontrava apoio nas aulas de balé, nos livros, e, evidentemente, no teatro e na carreira de atriz cuja finalidade remetia à de sessões de "terapia".

O interesse de Letícia em procurar apoio profissional surgiu a partir do diagnóstico de Clara, sua filha com o também ator Ângelo Antônio, "Sempre era reconhecida como a pisciana, a artista, a romântica, a idealista . Até, em umas relações mais abusivas, como maluca, louquinha", revela.

"Por um lado, receber um diagnóstico tardio, faz entender que [nada na vida até aqui] foi limitante", explicou Sabatella. "O cuidado é: o diagnóstico aliviaria muitas tensões, talvez traria muito mais inclusão em escola, em ambientes de demanda, me protegeria de algumas roubadas, de algumas crenças, medos, insegurança, de autoestima prejudicada".