Saúde

Novo teste de urina em papel pode identificar sinais de câncer precocemente; entenda

Divulgado em um novo estudo publicado na revista Nature Nanotechnology, a tecnologia pode facilitar o diagnóstico ao detectar a ação de proteínas ligadas à atividade cancerígena

Novo teste para detecção de câncer precocemente - Freepik

Pesquisadores desenvolveram um teste de papel com urina no qual é possível identificar o câncer nos estágios iniciais, facilitando o tratamento precoce, é o que mostra o estudo publicado na revista Nature Nanotechnology. Próximo ao método utilizado pelos testes de gravidez, a urina fornece informações sobre possíveis compostos indicando a doença e uma linha escura aparece na tira de papel caso o resultado seja positivo.

Segundo levantamento recente realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil, no período entre 2023 e 2025 serão registrados cerca de 704 mil novos casos de câncer. E mesmo que possam ser tratáveis, alguns deles são de difícil detecção anos iniciais.

Por isso, cientistas se debruçaram na ideia de criar um novo teste que não identifica as proteínas relacionadas ao câncer em si (as quais muitas vezes estão em níveis baixos demais para serem notadas), mas sim sinais de que elas estão agindo no organismo.

Para o crescimento dos tumores acontecer, eles produzem enzimas proteases, que têm a função de cortar o tecido saudável, abrindo espaço para o câncer. O método criado por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA, engana as enzimas para que revelem a sua presença – e também a das células cancerígenas – enquanto trabalham.

Com a tecnologia, os cientistas acreditam que pode ser possível não somente dizer se a pessoa tem câncer, mas também qual é o tipo e se já ele se espalhou. Utilizado em ratos, o teste de papel conseguiu diferenciar um câncer de pulmão e tumores que começaram no intestino antes de chegarem nos pulmões.

“A detecção precoce do cancro oferece uma das maiores oportunidades que temos para salvar vidas da doença. Este teste mostra potencial tanto na detecção precoce quanto na compreensão mais sobre o câncer de um indivíduo - o que poderia ajudar a orientar o tratamento", afirma Catherine Pickworth, gestora de informação científica da Cancer Research UK, em comunicado.