Luísa Sonza: Como a infidelidade afeta a saúde mental de quem passa por ela? Psicólogos explicam
A pessoa traída pode perder a confiança até em suas próprias capacidades, alertam especialistas
A cantora Luísa Sonza anunciou nesta quarta-feira o término de sua relação com Chico Veiga — para quem escreveu o sucesso "Chico" — em entrevista à Ana Maria Braga, no programa Mais Você. O relacionamento de 4 meses foi interrompido por uma traição do influenciador.
"Intensa demais? Intenso demais é alguém que larga tudo o que prometeu, se propôs, construiu a dois por um momento no banheiro sujo de um bar", recita a cantora Luísa Sonza.
Existem muitas formas de ser infiel, pode ser consigo mesmo, pode ser com o outro, mas o mais doloroso é se sentir traído pelo seu parceiro. O psicólogo Miguel Espeche explica que não existe uma única forma de infidelidade:
— Há situações que ocorrem uma vez e nunca mais. Há outras que duram no tempo e outras que são padronizadas.
Ao mesmo tempo, esclarece que existem diferentes formas de lidar com os relacionamentos a dois, pois cada uma deles é diferente. Para Espeche, quando um terceiro entra, provavelmente é porque há uma ruptura no casal, ou seja, um certo distanciamento afetivo e emocional.
— Muitas vezes, a infidelidade ocorre quando algo está quebrado. Se você quiser superar, é preciso tempo, paciência e amor, alguns conseguem, outros, não — diz Carolina Moché, psicóloga especializada em relacionamentos de casais.
Um estudo realizado por pesquisadores da Wright State University, em Ohio, Estados Unidos, no qual 522 casais foram entrevistados uma vez por ano durante seus primeiros dez anos de convivência, mostrou que aos quatro anos de relacionamento ocorre a primeira crise da relação e aos sete, ocorre outra ainda mais forte.
Outra informação é fornecida por uma pesquisa realizada pelo site RomanceSecreto.com, na qual foram entrevistados 1.500 argentinos, descobriu-se que 41% dos participantes afirmaram ter traído o parceiro e 56% disseram não sentir nenhum remorso por fazê-lo.
Sobre as consequências psicológicas, os especialistas explicam que, em alguns casos, quando se descobre uma infidelidade de longa data, isso cria problemas para que o enganado volte a confiar, não só no outro, mas também em si mesmo.
— Eles perdem a confiança em seus próprios sentidos para perceber o que está acontecendo — diz Espeche.
As infidelidades são difíceis de superar, há casais que trabalham para se reaproximar e ter sucesso nesta tentativa. E outros que não. O processo de reconstrução é longo e diferente em cada caso. Alguns conseguem entender o que aconteceu com eles e saírem mais fortes e unidos, pondera Moché.
Como lidar com a infidelidade
Os especialistas concordam que o essencial é estar conectado e atento a si mesmo, para assim começar a perceber e sentir o que está acontecendo ao seu redor. Para Moché, as emoções são um termômetro do que acontece nas relações e funcionam como uma espécie de indicador. Outras recomendações são:
Deve haver um pedido sincero de aceitação por parte do infiel, não adianta minimizar o fato porque isso contribui para subestimar a dor do trauma sofrido pelo outro.
Recomenda-se fazer terapia de casal na qual ambos possam ver o que aconteceu na relação. Se a situação acabou mal, pelo menos pode-se buscar ajuda individualmente para tentar transformar a dor em algo que contribua para o crescimento pessoal.
A comunicação é essencial: poder se mostrar, falar e ser sincero sobre o que aconteceu, seja com o casal ou com o ambiente. Esconder o problema não permite que o duelo passe e faz com que essas emoções guardadas explodam depois.
Estabeleça limites para que no futuro se evite uma situação semelhante e assim não volte a passar por esse sofrimento.