Governo americano vai permitir que quase 500 mil migrantes venezuelanos trabalhem legalmente no país
Medida beneficiará apenas os migrantes que chegaram ao país antes de 31 de julho de 2023; ao mesmo tempo; Biden reforça proteção das fronteiras
O governo americano anunciou, na quarta-feira (20), que permitirá que meio milhão de venezuelanos que já estão nos Estados Unidos vivam e trabalhem legalmente no país durante o período de 18 meses. A medida beneficiará apenas os venezuelanos que chegaram ao país antes de 31 de julho de 2023.
A medida — resultado de uma nova prorrogação do Status de Proteção Temporária, conhecido como TPS, que expirou em março de 2024 — irá agilizar os procedimentos de autorização de trabalho para imigrantes que tenham já consulta marcada com as autoridades de imigração.
Ao anunciar a medida, Alejandro Mayorkas, secretário de Segurança Interna, disse que tomou a decisão porque as condições na Venezuela “impedem o regresso seguro” dos migrantes. Mayorkas destacou, no entanto, que os imigrantes que entraram no país a partir de agosto não estavam protegidos e seriam “removidos quando se constatasse que não têm uma base legal para ficar.”
Vários prefeitos do país, que têm recebido em suas cidades numerosos imigrantes que saturam os abrigos, vinham pressionando o governo para acelerar os trâmites para que os imigrantes pudessem trabalhar e assim continuar o seu caminho dentro do país.
Numa declaração conjunta, o senador Chuck Schumer e o deputado Hakeem Jeffries, principais democratas no Senado e na Câmara, disseram que o Departamento de Segurança Interna estimou que cerca de metade dos migrantes que vivem atualmente em Nova York são venezuelanos que seriam afetados pela a decisão.
Eles classificaram a medida como um “bem-vindo passo à frente”.
“Como resultado desta decisão, os imigrantes serão temporariamente autorizados a trabalhar, preencher as vagas necessárias e apoiar as suas famílias enquanto aguardam uma determinação de asilo”, escreveram. “A decisão também reduzirá substancialmente o custo para os contribuintes de Nova York no que diz respeito a requerentes de asilo.”
À medida que o número de migrantes aumenta nas cidades do norte do país, candidatos democratas e os estrategistas políticos têm ficado cada vez mais preocupados com a possibilidade de a crise prejudicar a sua posição entre os eleitores.
Ao mesmo tempo que alivia a pressão da imigração dentro do seu território, por exemplo, o presidente Joe Biden reforçou a vigilância das fronteiras e prometeu acelerar a expulsão de famílias que chegaram irregularmente aos Estados Unidos.
Agosto registrou um número recorde de travessias ilegais: autoridades detiveram 91 mil imigrantes que fizeram a viagem com um familiar, o maior número em quatro anos. As autoridades prometem aumentar o ritmo das detenções nas próximas semanas.