Alzheimer

Brasil deixa de diagnosticar 75% a 95% dos casos de Alzheimer, alerta relatório

Número de doentes no país pode chegar a 2,4 milhões. Número deve compor Relatório Nacional de Demências e foi antecipado

Alzheimer - Freepik

O número de pessoas com a Doença de Alzheimer, conhecida pela perda progressiva de memória, pode estar na faixa de 2,4 milhões de pessoas no Brasil.

Dados do 1º Relatório Nacional de Demências, que devem ser publicados até o fim do ano e foram antecipados pela Agência Brasil, mostram que a quantidade de pessoas não diagnosticadas com a doença varia de 75% a 95%, dependendo da região do país, segundo a médica e pesquisadora Claudia Suemoto, da Universidade de São Paulo (USP).

Claudia afirmou à Agência Brasil que as taxas de não diagnóstico no Brasil são alarmantes e que os pesquisadores chegaram a pensar que os dados estavam errados.

"Recalculamos e era isso mesmo. A gente precisa ter mais conscientização sobre o Alzheimer. Há ainda estigmas”, disse a pesquisadora.

Esta semana, um teste para avaliar o risco de Alzheimer começou a ser oferecido no Brasil, o PrecivityAD2, que detecta a presença de proteínas que indicam a formação de placas amilóides cerebrais, uma das principais característica da doença de Alzheimer.

O teste é indicado para pessoas que já apresentam sinais e sintomas de declínio cognitivo. Lançado no mês passado nos Estados Unidos, no Brasil ele está disponível nas unidades de São Paulo do Grupo Fleury, a um custo de R$ 3.600.

Outro exame de sangue também direcionado ao diagnóstico de Alzheimer em pessoas com sintomas de comprometimento cognitivo está disponível no Brasil, nos laboratórios da rede de saúde integrada Dasa.

Um estudo recente de pesquisadores da UTHealth Houston, nos Estados Unidos, indica que no caso de idosos, três imunizantes podem reduzir o risco do desenvolvimento do Alzheimer em até 30%.

São vacinas que deveriam ser tomadas como rotina: tétano, difteria e coqueluche (Tdap) ou vacina contra tétano e difteria (Td); contra herpes-zóster (HZ) e a pneumocócica (contra infecções bacterianas causadas pelos pneumococos, como a pneumonia).

No último ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta: mundo está falhando no combate à demência — que tem como uma das principais causas a doença de Alzheimer — e destacou que o diagnóstico pode alcançar 139 milhões de pessoas em 2050.

No Brasil, um estudo epidemiológico de pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade de Queensland, na Austrália, publicado na Revista Brasileira de Epidemiologia em 2021, mostrou que, até 2050, os casos de Alzheimer podem quadruplicar na população brasileira caso medidas de saúde não sejam adotadas.