Música

"Manguezassa": show gratuito no Cais da Alfândega vai celebrar os 30 anos do Manguebeat

Além da Nação Zumbi, o evento receberá convidados como Devotos e Lia de Itamaracá

Coletiva de imprensa divulgou a programação do evento Manguezassa - Walli Fontinelli/Folha de Pernambuco

O Centro Histórico do Recife receberá, no dia 11 de outubro, um evento para celebrar o legado cultural do Manguebeat. Promovido por Devassa e Prefeitura do Recife, "Manguezassa" vai reunir os principais nomes do movimento, em homenagem aos seus 30 anos, em um show gratuito e ao ar livre, a partir das 20h, no Cais da Alfândega. 

No palco, que será montado em frente à Livraria Jaqueira, a Nação Zumbi - banda que levou o Manguebeat para o mundo - receberá artistas de diferentes gerações e que estão atrelados ao movimento - terá Lirinha como convidado. 

Na programação, estão ainda os shows de Lia de Itamaracá, Jessica Caetano, Devotos, Mundo Livre S/A e DJ Da Mata. A banda Eddie também se apresenta no evento, recebendo a Orquestra de Frevo do Babá no palco.

O evento é uma realização das produtoras Onzex e Feel Good, que trabalham juntas na execução do projeto. “O Manguebeat completou três décadas no ano passado. Tivemos a ideia de fazer uma grande homenagem ao movimento. A concepção foi muito rápida e todo mundo abraçou a proposta e se uniu para que a gente faça, de fato, um grande evento para a população do Recife”, comentou Renato Feitosa, um dos produtores do “Manguezassa”.

A curadoria da apresentação ficou sob a responsabilidade dos integrantes da Nação Zumbi, que contactaram os convidados musicais e já estão organizando ensaios exclusivos para a ocasião. “É um evento muito importante, porque fortalece um movimento que mostrou a identidade cultural da cidade para o Brasil e para nós mesmos. Essa cena se mantém viva. É importante que se invista nela e continue expandindo para todos os lados”, comentou o músico Dengue, um dos fundadores da Nação Zumbi. 

Tendo em Chico Science sua figura mais icônica, o Manguebeat surgiu no Recife, na década de 1990, fundindo sonoridades nordestinas, como o maracatu e o coco, a ritmos como o rock, o hip-hop e a música eletrônica. “O Mangue levou Pernambuco para o mundo e fez a gente olhar melhor para a nossa multiculturalidade. A musicalidade que existe no Recife está super renovada, mas olhar para trás é muito importante”, destacou Cannibal, que salientou ainda o papel do movimento na valorização da cultura produzida na periferia da cidade. 

“Temos um calendário cultural muito forte o ano todo, fomentando, produzindo e apoiando atividades culturais no Recife. É importante agregar tudo isso a ações que venham da iniciativa privada, especialmente quando vêm resgatar registros importantes da nossa cultura. Nossa participação tem sido apoiar a parte de infraestrutura do evento, com serviços públicos como limpeza urbana, mobilidade e saúde”, esclareceu Marcelo Canuto.

Como contrapartida ao apoio do poder público, a Devassa se comprometeu a viabilizar a produção de um mega mural na Avenida Guararapes, tendo o Manguebeat como referência, além de ajudar com o projeto de revitalização da Praça do Sebo, no bairro de Santo Antônio. “O Centro do Recife tem tudo a ver com esse movimento. A cultura transforma e a nossa função é essa: desenvolver o Centro, transformar e revitalizar essas áreas. Quando a gente tem um projeto com esse vindo, nada mais justo do que estarmos por perto”, afirmou Larissa Maynara, gerente de projetos do Gabinete do Centro do Recife (Recentro).

A estrutura do evento contempla 20 bares, seis espaços de alimentação, dois pontos médicos, banheiros químicos e área de acessibilidade. O esquema de segurança está sendo planejado com o apoio da Polícia Militar, que fará o acompanhamento desde a chegada do público até a dispersão da festa, que deve acabar por volta das 0h30 do dia seguinte. Na entrada, serão realizadas revistas e, quando o espaço atingir sua lotação máxima, o acesso será interrompido.