Acordos

Lula e premier do Vietnã assinam acordos em educação, agropecuária e defesa

Líder vietnamita também demonstrou interesse em um acordo de seu país com o Mercosul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Jim Watson/ AFP

Quinze anos depois da última visita de um líder do país asiático do Brasil, o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chính, foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda-feira, no Itamaraty. A agenda bilateral abrange, principalmente, comércio, investimentos, ciência, tecnologia e inovação, cooperação técnica e educacional, defesa e energia renovável.

Os dois mandatários assinaram acordos de cooperação e memorandos de ententimento nas áreas de educação, defesa e agricultura.Além dos acordos, o premier do Vietnã disse que seu país tem interesse em negociar um acordo de livre comércio com o Mercosul. Lula disse que conversará com os demais sócios do bloco (Argentina, Uruguai e Paraguai) sobre o assunto.

Do lado vietnamita, ficou claro o interesse no mercado de aeronaves. No sábado, o premier esteve em São José dos Campos, na Embraer.

Lula e Pham Minh Chinh tiveram um encontro bilateral em maio deste ano, em Hiroshima, no Japão, às margens da reunião do G7. Um dos temas discutidos foi o comércio bilateral.

Em uma declaração à imprensa, Lula agradeu ao Vietnã pelo apoio à reforma no Conselho de Segurança da ONU e defendeu o aprofundamento das relações bilaterais. Destacou que um dos acordos, na área agrícola, vai permitir o ingresso de produtos no país asiático.

— O comércio exterior é uma via de duas mãos: a gente compra e a gente vende. Precisamos de uma balança comercial equilibrada —afirmou.

Em 2022, o comércio bilateral atingiu o recorde de US$ 6,4 bilhões. As exportações brasileiras somaram US$ 3,4 bilhões, e as importações foram de US$ 2,9 bilhões. O Brasil é um importante fornecedor de soja, carne suína e frango para o Vietnã.

Pham Minh Chinh disse que a conversa foi "vibrante e produtiva". Elogiou a política externa de Lula, cujo foco é a maior participação das nações emergentes nas grandes decisões mundiais.

— O Brasil continua a ser nosso parceiro número um na América Latina — disse o premier vietnamita, que convidou Lula a ir a seu país.