Eliminação do Náutico na Série C completa um mês: veja o que rolou no período
Timbu cedeu jogadores emprestados, viu técnico sair, eleições serem antecipadas e projeto SAF esquentar nos bastidores
Há exato um mês, o Náutico vivia um dos episódios mais trágicos do clube. Ao empatar em 2x2 com o São Bernardo, nos Aflitos, pela última rodada da primeira fase da Série C do Campeonato Brasileiro, o Timbu não conseguiu avançar ao quadrangular. A chance do acesso ruiu. Para 2024, a equipe novamente disputará a terceira divisão, mas não terá vaga na Copa do Brasil. De lá para cá, os bastidores alvirrubros ficaram agitados no futebol e na política.
Muito adeus e pouca saudade
Sem futebol até o início de 2024, o Náutico se desfez de boa parte dos jogadores do elenco, além do técnico Bruno Pivetti. Alguns foram emprestados até o fim da temporada para clubes da Série B. Nas laterais, as saídas foram de Victor Ferraz e Bryan. O primeiro assinou com a Chapecoense, enquanto o segundo fechou com o Novorizontino.
Os meias Souza (com vínculo até 2024) e Gabriel Santiago, além do atacante Paul Villero, fecharam com a Ponte Preta. O ponta Alisson Santos foi para o Sampaio Corrêa - clube em que também está o ex-treinador alvirrubro, Fernando Marchiori. Jael está no Avaí.
Outros jogadores do Náutico deixaram o elenco para serem devolvidos ao clubes que os haviam emprestados ao Timbu. Casos do zagueiro Wesley Junio (São José-RS) e do meia Eduardo (que pertence ao Vitória, mas foi cedido à Portuguesa). O centroavante Jeam assinou com o Mixto-MT, para disputar a Copa Mato Grosso. O lateral Rennan Siqueira foi jogar no Figueirense, pela Copa Santa Catarina.
Os meias Alexandre Tam e Elton, além dos atacantes Yago Ferreira, Thiaguinho e Matheus Carvalho também foram embora. Já o prata da casa Júlio se transferiu em definitivo para o Maringá-PR, clube em que estava emprestado desde junho. O Náutico acertou a venda de 50% dos direitos econômicos do atleta ao time paranaense, permanecendo com a outra metade.
Política e SAF
O Náutico decidiu antecipar as eleições presidenciais, antes agendadas para dezembro. O pleito ocorrerá até o dia 12 de novembro. Ainda não há chapas oficializadas, mas alguns nomes despontam para concorrer ao posto de chefe do Executivo. Na situação, sem a intenção do atual mandatário do Timbu, Diógenes Braga, de buscar a reeleição, o grupo pode apostar no vice-presidente social, Alexandre Asfora. Na oposição, o advogado Aluísio Xavier é o mais ventilado para ser o candidato.
O clube também pode, no ano que vem, começar sob um novo modelo de gestão, deixando de ser uma associação civil sem fins lucrativos para se tornar Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Mudança que pode acontecer com um investimento perto de R$ 1 bilhão nos próximos 10 anos, com a venda de 90% das ações do clube.
Para a venda da SAF ser concretizada, será preciso que a proposta seja aprovada posteriormente no Conselho Deliberativo, com votação dos sócios. O projeto para transformar o Timbu em clube-empresa é da NewCo Group, especializada em consultoria estratégica e inteligência de mercado. As conversas tiveram participação ainda da consultoria Pluri/Bridge Sports Capital e do escritório de advocacia Cahu Beltrão.
A proposta ainda pode sofrer alterações quanto aos valores financeiros envolvidos e os detalhes jurídicos. Para dar prosseguimento à negociação, as partes precisam formalizar uma proposta vinculante, gerando obrigações a serem cumpridas para o acerto.
O investimento seria para reformas estruturais, pagamento de dívidas, aporte no futebol, entre outros pontos. Não há indicação da venda na SAF de qualquer imóvel atrelado à instituição, como o estádio dos Aflitos ou o Centro de Treinamento Wilson Campos. Os locais serão apenas alugados no período.