Caixa

Lula sobre mudança na Caixa: "Não haverá nada feito à meia-noite"

Presidente foi questionado sobre possível troca de comando no banco estatal, posto cobiçado pelo centrão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Evaristo Sá/AFP

Questionado na tarde desta segunda-feira sobre se haverá mudanças no comando da Caixa Econômica Federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que nada será "feito à meia-noite", sempre à luz do dia. Lula também disse que "isso será feito com a maior tranquilidade" para depois afirmar que "não está disposto a mexer com nada" em seu governo.

— Quando eu tiver que mexer em alguma coisa eu vou mexer, vocês saberão porque não haverá nada feito à meia-noite, será sempre de dia. Com comunicado expresso à imprensa. Só eu tenho o direito de colocar e de tirar. Então fique tranquilo que isso será feito com a maior tranquilidade, qualquer mexida que eu vou dar. O único que não posso mexer é no meu (cargo) e no do Alckmin. Que foi o povo brasileiro que deu. Mas o restante eu posso mexer em qualquer um e posso dizer que por enquanto não estou disposto a mexer com nada — afirmou Lula.

A disputa por vagas no alto escalão da Caixa está travando a mudança na presidência do banco, que é cobiçada por aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), um dos principais caciques do Centrão. Além do comando da instituição, o grupo político quer indicar todas as 12 vice-presidências.

Lira teria recebido de Lula a promessa de que poderia indicar da presidência e dividiria as vice-presidência com a base governista, incluindo o PT.

Em entrevista pra o jornal Folha de S.Paulo, Lira afirmou que o comando da Caixa fazia parte do acordo do governo com os partidos e que o acordo abraçava as 12 vice-presidências.

— A Caixa faz parte do acordo com os partidos — afirmou, completando: — Esse foi o acordo (porteira fechada, com as 12 vice-presidências incluídas).

Durante as negociações para a reforma ministerial, Lula e Lira se reuniram mais de uma vez fora das agendas oficiais. À época, as assessorias não confirmavam o encontro. Uma das reuniões ocorreu na residência oficial do presidente da Câmara e durou cerca de uma hora.