De Ozempic a anticoagulantes, veja os medicamentos feitos a partir do veneno de animais
Sanguessugas, aranhas e até mesmo caramujos estão por trás de remédios que usamos no dia a dia; entenda
Animais venenosos podem despertar medo em algumas pessoas. Mas o que muitos não sabem é que compostos químicos presentes nesses venenos podem trazer benefícios para os seres humanos.
Uma série de remédios comuns que utilizamos em nosso dia a dia como o Ozempic, medicamentos para abaixar a pressão e analgésicos foram desenvolvidos a partir dessas substâncias.
Veja medicamentos inspirados no veneno de animais:
Lagarto: Ozempic e Wegovy
O Ozempic, também comercializado sob o nome de Wegozvy e que tem se tornado popular no tratamento de obesidade, tem sua origem no veneno do lagarto conhecido como monstro-de-gila.
Cientistas descobriram que um hormônio do veneno desse réptil, chamado exendina-4, poderia ser usado para o tratamento de diabetes tipo 2. A exendina-4 é similar a um hormônio encontrado em seres humanos chamado GLP-1, liberado depois de comer e importante para controlar os níveis de açúcar no sangue.
As pesquisas sobre esse hormônio geraram a semaglutida, principal composto ativo do remédio, um derivado da molécula que permanece no corpo por muito mais tempo, produzindo o efeito desejado.
Aranha: novo Viagra
Segundo um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais, um composto do veneno da aranha brasileira poderia ser o novo Viagra.
A parte do veneno que aumenta o fluxo sanguíneo no corpo, chamada BZ371A, também é responsável por fazer com que o veneno se espalhe mais rápido no corpo e tornar a picada mais fatal. Homens que são mordidos pela aranha podem ter ereções indesejadas que duram horas.
Diferente do famoso estimulante Viagra que nem todos os homens podem tomar devido a condições de saúde e riscos do consumo, seja um estimulante com menos contraindicações do que os disponíveis no mercado.
Os pesquisadores também esperam examinar se o BZ371A poderá ser usado por mulheres com disfunção sexual, mas até o momento, não há comprovações científicas.
Jararaca: IECAs
O veneno da jararaca levou ao desenvolvimento de uma classe de medicamentos conhecida como inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECAs), usada para diminuir a pressão arterial.
Pesquisadores isolaram um peptídeo do menino capaz de inibir uma enzima conhecida como enzima de conversão da angiotensina (ECA) e, assim, reduzir a pressão sanguínea.
Caramujo: Analgésico
Os caramujos produzem uma série de peptídeos em seu veneno que servem para imobilizar as suas presas, e uma versão sintética de um desses peptídeos desenvolvida por cientistas é utilizada no medicamento analgésico ziconotida, comercializado sob o nome Prialt.
Sanguessuga: Anticoagulante
Os medicamentos anticoagulantes bivalirudina e desirudina são derivados da hirudina, uma substância que as sanguessugas injetam em suas presas para evitar que o seu sangue coagule.