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China critica "expansão desenfreada das alianças militares"

País asiático alertou que qualquer tentativa de criar uma aliança similar à Otan na região Ásia-Pacífico provocaria conflitos

Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi - Pedro Pardo/AFP

A China é contrária à "expansão desenfreada das alianças militares", afirmou nesta terça-feira (26) o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, na mais recente de uma série de advertências de Pequim, no momento em que o governo dos Estados Unidos aprofunda suas alianças de segurança na região Ásia-Pacífico.

Em uma entrevista coletiva, Wang afirmou que a China "se oporá à expansão desenfreada das alianças militares e à redução do espaço de segurança de outros países".

Também disse que Pequim tentará "solucionar as divergências e disputas entre países por meio do diálogo e das consultas", sem revelar a que nações fazia referência.

A China alertou que qualquer tentativa de criar uma aliança similar à Otan na região Ásia-Pacífico provocaria conflitos.

Também afirmou que a expansão acelerada da Otan no leste da Europa é parcialmente responsável pela invasão da Rússia ao território da Ucrânia.

Wang se negou a confirmar se o presidente Xi Jinping viajará aos Estados Unidos para uma reunião com o homólogo americano, Joe Biden.

Existe a expectativa de uma reunião entre os dois presidentes durante p encontro de cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, que acontecerá entre 14 e 16 de novembro em San Francisco, mas Wang não confirmou a participação de de Xi no evento.

Wang fez suas críticas ao apresentar um amplo programa com s metas de política externa da China para os próximos anos.

"Construir uma comunidade global de futuro compartilhado é o caminho a seguir para todos os povos do mundo", afirma o documento divulgado pela agência estatal Xinhua.

"Porém, não é uma meta para ser alcançada da noite para o dia e não haverá navegação fácil", acrescenta o texto.

O documento também aborda a guerra da Rússia na Ucrânia, reiterando um texto divulgado há alguns meses pela China que foi considerado conciliatório em relação a Moscou.

As potências ocidentais alertaram que as propostas chinesas poderiam permitir à Rússia manter grande parte do território que ocupou na Ucrânia.

"Os conflitos e guerras não produzem vencedores", afirma o documento divulgado nesta terça-feira, ao mesmo tempo que acrescenta: "Não há solução simples para uma questão complexa".

O texto contém uma série propostas para abordar vários desafios globais, como a mudança climática, a pobreza e a segurança.