Banco Central divulga a Ata do Copom, reforça cortes e diz ser "pouco provável" acelerar o ritmo
Documento afirma que para acelerar ciclo de queda da Taxa Selic seria necessário melhora mais sólida nas expectativas de inflação ou nos preços dos serviços
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou nesta terça-feira (26) a ata que detalha as discussões em torno do corte de juro de 13,25% para 12,75% ao ano, decidido na semana passada. Acelerar o ritmo de redução da Selic foi novamente classificado como "pouco provável".
Assim como no comunicado da decisão, o documento sinaliza novos cortes da mesma intensidade, ou seja, de 0,50 ponto percentual. Também é afirmado que uma aceleração do ciclo de queda da Selic exigiria uma melhora mais sólida das expectativas de inflação ou na inflação de serviços, por exemplo.
"O Comitê julga como pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes, já que isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva", diz a ata.
No Copom de agosto, o Banco Central tinha as seguintes projeções para o nível de preços: alta de 4,9% em 2023, 3,4% em 2024 e 3,0% em 2025.
Na decisão da última semana, as projeções indicadas são: 5% em 2023, 3,5% em 2024 e 3,1% em 2025.
Ontem, o BC também divulgou a pesquisa Focus, com as projeções do mercado financeiro, sem grandes alterações. O IPCA foi mantido em 4,85% para este ano, 3,86%, para o ano que vem, e em 3,5% para os anos de 2025 e 2026.
O mercado estima que a Selic vai terminar o ano em 11,75%, caindo para 9% até dezembro do ano que vem, com mais uma queda para 8,5% em 2025.
O Banco Central vem tentando implementar o que os economistas chamam de “pouso suave”, ou seja, quando consegue controlar a alta da inflação, sem provocar uma recessão muito forte. Para este ano, as projeções para o PIB já subiram para 2,92%, num sinal de que a estratégia, até aqui, vem dando certo.