SAÚDE

Recife recebe primeira turma do programa Mais Médicos com 130 profissionais

Turma vai atuar na atenção básica à saúde da rede municipal

Lançamento do programa Mais Médicos no Recife - Júnior Soares/Folha de Pernambuco

A nova etapa do programa Mais Médicos, do Governo Federal, aportou no Recife uma turma de 130 profissionais para a rede de saúde da capital. 70 dos profissionais são recifenses. As boas-vindas aos novos médicos foram dadas em um café da manhã que aconteceu nesta terça-feira (26), no Forte da Cinco Pontas, bairro de São José, área central da cidade.

O Recife é o primeiro município do Nordeste a receber uma turma, desde a retomada do Mais Médicos, e a terceira do Brasil a participar desse marco. Os médicos serão lotados em áreas com grande demanda por atendimento de saúde da família e onde há dificuldade de fixação de profissionais.

A expectativa é de que, até o ano que vem, mais 191 especialistas sejam apresentados, totalizando 321 profissionais que vão reforçar o Recife Cuida, programa municipal que faz a atenção básica à saúde. Na capital pernambucana, 374 médicos já atuam nesse setor, incluindo os especialistas apresentados nesta terça-feira.

Atualmente, o Recife já conta com 42 médicos do Mais Médicos, desde o convênio firmado quando o programa foi pioneiramente implantado, em 2013.

Até dezembro deste ano, mais um grupo de 100 médicos será apresentado para atuar e, no primeiro semestre de 2024, chegarão outros 91, completando os 321 profissionais que serão incorporados às Unidades de Saúde da Família (USF) e Unidades Básicas do município (UBTs). A prefeitura vai investir, entre hospedagem e alimentação, mais de R$ 900 mil por mês, assim que o programa atingir a capacidade máxima.

A intenção da Prefeitura do Recife é de fortalecer a atenção básica, a média e a alta complexidade. Em infraestrutura, renovação do parque tecnológico, contratação de pessoas, transformação digital e implantação de um novo modelo de gestão, estão sendo aplicados, até o final de 2024, R$ 400 milhões pela gestão municipal.

Segundo o prefeito do Recife, João Campos (PSB), esta é a primeira vez que o município forma uma turma de médicos com essa quantidade e ele explica o porquê de as entradas ao programa acontecerem de forma gradual: “A gente faz essa entrada escalonada para poder garantir o processo de gestão adequado e alocação em cada unidade e reforço das equipes”.

“A gente está desenhando uma expansão para a nossa rede, isso vai ser comunicado no tempo correto, mas essa estratégia de hoje já é o primeiro passo para a gente poder não só recompor, mas expandir naquelas áreas onde ainda existe uma demanda e um vazio de cobertura da estratégia de saúde da família”, complementa o prefeito.

Os médicos, segundo o prefeito, serão pagos pelo SUS com a contrapartida do município, já citada acima.

"O salário é pago pelo Governo Federal, pelo SUS, e há uma coparticipação do município relativa a uma ajuda de custo para alimentação e moradia que compõe a remuneração final”, explicou.

A secretária de Saúde do Recife, Luciana Albuquerque, falou, durante o evento, sobre a viabilização do projeto de expansão do atendimento aos pacientes da capital pernambucana.

“Esses médicos chegam em um momento muito importante para saúde pública do Recife. Na última sexta-feira, foram nomeados 450 profissionais para a nossa rede, sendo 84 médicos. Esse reforço, juntamente com o Mais Médicos, tornará possível nosso ambicioso projeto de expansão da atenção básica no território da capital. Agradecemos ao Governo Federal e a cada um desses médicos dedicados ao cuidado da nossa população”, disse.

Moradora da Madalena, Zona Oeste do Recife, a médica Fernanda Mendonça, formada há dois anos, conversou com a reportagem e ressaltou a importância dessa iniciativa da Prefeitura de fortalecer a saúde da cidade.

"A gente via, há um tempo, alguns postos que estavam com demandas altas de pacientes e agora viemos trazer esse gás, ante à essa quantidade enorme de médicos, assim de uma vez. Vai ser mudada a estrutura desses atendimentos. É importante a gente atingir cada vez mais a população", salientou.

A profissional enfrentou dificuldades financeiras ao longo do curso, mas teve apoio do Programa de Financiamento Estudantil (Fies), o que a motiva trazer de volta atendimento e serviços de qualidade para a população.

"Desde a faculdade a gente está junto à população. Nos dedicamos de domingo a domingo, seja em unidades básicas ou nos hospitais terciários", complementou.

Perfil dos médicos
Destes 130 médicos, 70 já residem no Recife, 33 são procedentes de outros municípios pernambucanos e 27 são intercambistas (três cubanos e uma boliviana que já atuavam em outras cidades brasileiras e 23 brasileiros ou estrangeiros já naturalizados e com diploma foi revalidado no Brasil).

Após o acolhimento, os médicos passam por um curso de formação, fornecido pela Escola de Saúde do Recife. Serão 88 horas/aula de curso com as mais diversas áreas da saúde, facilitando a adaptação à realidade e desafios do SUS no Recife. Os médicos devem atuar imediatamente.