Lula diz que economia não terá "cavalo de pau" e vai continuar "serena"
Lula deu as declarações durante o evento de lançamento da Estratégia para a reindustrialização do país, no Palácio do Planalto. Ao todo, serão investidos R$ 42 bilhões no setor
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que economia vai continuar "serena" e que "ninguém vai dar cavalo de pau". O presidente destacou ainda que "ninguém vai inventar" e "vai fazer o que precisa fazer".
— Esse país nós vamos construir e eu espero que a gente construa junto. A economia vai continuar serena. Aqui ninguem vai dar cavalo de pau na economia, aqui a gente não vai inventar, vai fazer o que precisa fazer. Embora a gente queira tratar todo mundo com todo respeito, são as pessoas mais necessitadas, trabalhadoras, mais pobres que vão ter uma atenção especial desse governo.
Lula deu as declarações durante o evento de lançamento da Estratégia para a reindustrialização do país, no Palácio do Planalto. Ao todo, serão investidos R$ 42 bilhões no setor.
O presidente afirmou ainda que construiu "credibilidade" do governo federal com o Congresso Nacional e citou as aprovações da PEC da Transição e da Reforma Tributária como resultado. Lula ainda afirmou que é preciso cumprir promessas para manter essa credibilidade e falou para os ministros prometerem apenas o que podem entregar.
— [...] Credibilidade a gente conquista quando a gente faz compromisso e cumpre os compromissos que a gente assumiu. Se você não cumpre o primeiro, você é perdoado, o segundo você ainda é perdoado, mas se não cumprir o terceiro compromisso você nunca mais será respeitado. E o que nós estamos fazendo é isso. Conquistamos a credibilidade, foi a primeira coisa que fizemos, estabelecer uma relação com todos os paridos políticos, estamos dispostos a conversar até com quem não quer conversar, mesmo que a gente fale sozinho — afirmou Lula.
— Eu falo sempre para os meus ministros: quando vocês conversarem com o Congresso Nacional prometam somente aquilo que podem entregar, porque se você prometer alguma coisa e não conseguir entregar, o preço vai ficar muito mais caro.
Durante a cerimônia, Lula assinou o decreto que institui a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, que prevê seis programas para expandir a produção nacional de itens prioritários para o SUS. O objetivo é reduzir a dependência do Brasil e insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos de saúde.
Uma das prioridades da estratégia é o reforço na produção de insumos que auxiliem na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças determinadas socialmente, como tuberculose, doença de Chagas, hepatites virais e HIVS. Há, ainda, investimento voltado para doenças crônicas, como câncer, diabetes e doenças imunológicas, além de dengue, emergências sanitárias e traumas ortopédicos.
Até 2026, o governo prevê o investimento de R$ 9 bilhões pelo novo PAC; R$ 6 bilhões pelo BNDES; e R$ 4 bilhões pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep); além de R$ 23 bilhões da iniciativa privada.
Entenda os seis eixos do programa:
Programa de Parceria para o Desenvolvimento Produtivo: articulação do governo com o setor privado para a transferência de tecnologia. A estimativa é atrair R$ 23 bilhões do setor privado até 2026.
Programa de Desenvolvimento e Inovação Local: retomada dos investimentos em iniciativas com foco tecnológico e inovador
Programa para Preparação em Vacinas, Soros e Hemoderivados: visa a autossuficiência e garanta, por exemplo, abastecimento de vacina, soros e hemoderivados
Programa para Populações e Doenças Negligenciadas: engloba produção para melhoria da prevenção, diagnóstico e tratamento da população afetada por doenças negligenciadas, como tuberculose, dengue, esquistossomose e hanseníase.
Programa de Modernização e Inovação na Assistência: abrange entidades filantrópicas
Programa para Ampliação e Modernização da Infraestrutura do CEIS : articula investimentos públicos e privados para a expansão produtiva e da infraestrutura do próprio Complexo.