MST

CPI do MST cancela sessão e destino da comissão está nas mãos de Lira

Diante do pedido de vista ao relatório, colegiado suspendeu audiência em que iria ocorrer a votação

Relatório final da CPI seria votado nesta terça-feira (26) - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com o prazo final de funcionamento dos trabalhos expirando nesta terça-feira, a CPI do MST cancelou a sessão que iria votar nesta terça-feira (26) o relatório final.

A medida foi tomada após o pedido de vista do deputado governista Nilto Tatto (PT-SP). Nos bastidores, a cúpula tenta prorrogar o prazo para quinta-feira, afim de que o regimento interno da Casa seja cumprido e o texto de Ricardo Salles (PL-SP) seja apreciado em duas sessões.

Caso o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não conceda a extensão, o colegiado encerrará sua função sem um desfecho. Como noticiou o GLOBO, Salles apresentou o relatório que foi lido na semana passada.

 

No documento, o parlamentar pediu o indiciamento de onze pessoas. Entre elas, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias e um dos fundadores do MST, o atual líder da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), José Rainha. Após acordo com governistas e o Centrão, retirou o deputado Valmir Assunção (PT) dos alvos do colegiado.

O petista havia sido acusado por ex-integrantes de ter cometido abusos contra outros sem-terra, como ameaça e furto.

A comissão alega que, desde 2009, a Abin, subordinada ao GSI, acompanha as "atividades criminosas" do MST e que, por isso, ao ter afirmado que não recebeu notificação. A fala do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, também foi levada em consideração.

No colegiado, Teixeira afirmou que as invasões foram tema de reuniões no período em que GDias estava no cargo. Por isso, é acusado de falso testemunho.

Já José Rainha, um dos fundadores do MST, também é alvo de pedido de indiciamento com base em sua oitiva. Na ocasião, o depoente teria afirmado que usa uma produtora de alimentos registrada em nome de terceiros. Por isso, os membros alegam que o líder cometeu falsidade ideológica e sonegação fiscal.