Reino Unido permite produção em polêmico campo petrolífero no Mar do Norte
Medida, que segue o adiamento de uma série de iniciativas ambientais pelo governo britânico, foi duramente criticada por ativistas ambientais que apontam retrocesso em transição
A reguladora britânica de petróleo e gás anunciou que liberou "o desenvolvimento e produção" no polêmico campo de Rosebank, no Mar do Norte, irritando ativistas ambientais, que apontam um retrocesso na posição do Reino Unido na transição verde.
A autorização foi concedida nesta quarta-feira pela Autoridade de Transição do Mar do Norte "depois de aceitar a declaração ambiental do projeto e tendo em conta as considerações relacionadas ao objetivo de neutralidade de carbono", segundo a reguladora em nota.
Uma semana depois de anunciar o adiamento de várias medidas emblemáticas da política ambiental do Reino Unido, o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak "demonstrou mais um vez beneficiar as companhias petroleiras em detrimento da população", destacou a ONG Greenpeace em nota.
A parlamentar Caroline Lucas, do Partido Verde, classificou a decisão como "moralmente obscena". Em uma publicação no X (antigo Twitter), ela afirmou que "isto não melhorará a segurança energética nem reduzirá as divisões, mas romperá nossos compromissos climáticos e destruirá a liderança mundial [do Reino Unido na transição energética]".
A empresa estatal norueguesa Equinor e sua homóloga Ithaca — filial da israelense Delek — que explorarão conjuntamente este campo situado em frente às ilhas Shetland, no norte da Escócia, anunciaram separadamente um investimento de US$ 3,8 bilhões (R$ 18,8 bilhões na cotação atual) no projeto.
"O desenvolvimento do campo de Rosebank nos permitirá reforçar nossa posição como importante aliado energético do Reino Unido, otimizarão ao mesmo tempo nossa carteira de petróleo e gás e aumentará o abastecimento energético na Europa", assegurou a Equinor, que detém 80% do projeto.