Colômbia

Milhares atendem à convocação de Petro para protestar a favor do governo

Mais de 23 mil pessoas foram às ruas protestar pela paz, pela vida e pela justiça social

População da Colômbia protesta em Bogotá - Juan Barreto / AFP

Mais de 23 mil indígenas, trabalhadores e estudantes saíram, nesta quarta-feira (27), para protestar em Bogotá, atendendo a uma nova convocação do presidente Gustavo Petro para defender o governo nas ruas, enquanto este luta para consolidar a paz na Colômbia e tornar realidade suas reformas progressistas.

Com lenços, bandeiras, bastões de comando e instrumentos musicais, os indígenas se reuniram na Praça de Bolívar, após uma caminhada por algumas das principais ruas da capital.

Segundo a prefeitura de Bogotá, pelo menos 23 mil pessoas, algumas vindas de diferentes regiões da Colômbia, protestam de forma pacífica no coração político do país.

Em comunicado, a Presidência colombiana convidou os eleitores de Petro, no poder desde agosto de 2022, a marcharem "pela paz, pela vida, pela justiça social após os mais recentes atos de violência", referindo-se a ataques de grupos guerrilheiros no sudoeste do país.

O governo é criticado por suas tentativas precipitadas de selar a paz com os dissidentes de guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que não aceitaram o acordo histórico de 2016, e os rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN).

Na semana passada, o braço mais poderoso dos dissidentes, o Estado-Maior Central, detonou dois carros-bomba contra delegacias de polícia no sudoeste do país, deixando dois civis mortos e alguns feridos.

Em meio às negociações de paz com os rebeldes, o governo mantém uma ofensiva militar contra os seus cultivos de drogas em Cauca e matou cerca de 20 combatentes em poucas semanas, segundo informações oficiais.

Os opositores e a imprensa denunciam a destinação de verbas estatais a um concerto e à logística dos protestos desta quarta-feira. Também acusam o candidato de esquerda a prefeito de Bogotá nas eleições locais de 29 de outubro, o ex-senador Gustavo Bolívar, de tirar proveito das manifestações.

O ministro do Interior, Luis Fernando Velasco, reconheceu que o governo forneceu "algum apoio" aos manifestantes em transportes e outras despesas, "de acordo com o previsto" na lei, segundo um comunicado da Presidência.

Desde que foi empossado, Petro tem recorrido à mobilização social para promover suas políticas. Entre o fim do ano passado e o começo de 2023, ele convocou várias marchas para pressionar a aprovação de seus projetos de lei no Congresso, que passou de ser de maioria governista a opositor.

Apesar de sua promessa de transformar profundamente um dos países mais desiguais da América, o presidente não tem conseguido aprovar reformas no sistema de saúde, de pensões e de trabalho.