CasaCor2023: o erudito se une ao contemporâneo no Bureau de Artes; confira o conceito do espaço

Porta de entrada da CasaCor, espaço - desenvolvido pela Módulo 4 Arquitetura - abriga exposições de peças da Oficina Francisco Brennand e de obras da Número Galeria

O arquiteto José Alexandre Cavalcanti, sócio da Módulo 4 Arquitetura, detalhou o projeto - Walli Fontenele / Folha de Pernambuco.

O erudito, o clássico e o contemporâneo dialogam em um mesmo ambiente no Bureau de Artes, projeto desenvolvido pela Módulo 4 Arquitetura para abrigar peças de cerâmica da Oficina Francisco Brennand e obras de arte da Número Galeria durante a 36ª edição da CasaCor Pernambuco, que mais uma vez ocupa o histórico Edifício Chanteclair, no Bairro do Recife com 26 projetos de arquitetura, design e decoração e outros serviços, até o dia 5 de novembro.

Com visitação aberta de terça a sexta-feira, das 15h às 22h; sábados e feriados, das 12h às 22h e aos domingo, das 12h às 21h, os ingressos para a CasaCor estão à venda no site, a R$ 80 (inteira) e R$ 40 meia entrada para estudante, professor, PCD, pessoas com autismo e com 60 anos ou mais, mediante documento (crianças até 12 anos não pagam).

Bureau de Artes
Localizado logo na entrada da mostra pelo acesso da avenida Madre de Deus, o espaço foi projetado para contemplar, em um único ambiente, peças do acervo de cerâmica da oficina Francisco Brennand e obras de arte da Número Galeria, ambas com itens à venda. “A gente queria romper com o formalismo da galeria muito tradicional. Então, a composição arquitetônica tem um viés de sala de colecionador ou de um amante das artes, seja ela erudita ou mais contemporânea”, explica José Alexandre Cavalcanti, um dos sócios da Módulo 4 Arquitetura.

Além de enaltecer a grandiosidade do Edifício Chanteclair, o projeto teve o desafio de receber duas exposições muito singulares - o clássico Brennand com seu acervo de utilitários e a modernidade da curadoria da Número Galeria, com obras de artistas visuais como Paulo Brusky, Renato Vall, Isabella Cribari e peças de ferro de Joelson Gomes. “Toda essa mescla acontece de forma muito singular, uma vez que a gente traz à tona todas as referências.”

Ocupação e contemplação
Da parede ao teto, tudo foi pensado para que o público pudesse enxergar os detalhes do prédio, com ruínas e tijolos aparentes. “Estamos no Chanteclair, um edifício secular, expondo essa verdade dos materiais, das paredes em ruínas e do teto. A gente fez um recorte no forro do teto que foi adicionado com essa forma oval que faz uma referência aos conceitos de Francisco Brennand quando ele diz que tudo nasce a partir do ovo ou de um envoltório. Então, essa forma central que faz a ligação entre o novo, que é esse projeto, e interliga com o secular, que é o edifício Chanteclair. É através dessa forma oval onde tudo nasce”, detalha o arquiteto.

Temo como referência central do projeto o ovo, todo o ambiente é guiado por suas formas curvilíneas, incluindo o mobiliário. “A estante que foi desenhado por nós para exibir as peças da oficina Brennand tem também esse acompanhamento curvo em volta desse ovo, com prateleiras pensadas para enaltecer essas obras, assim como as obras da Número Galeria, evidenciadas de uma forma mais atualizada e museográfica”, aponta José Cavalcanti. Segundo ele, esse conceito foi discutido entre a curadoria da CasaCor e o escritório de arquitetura.


Referências brasileiras
“Utilizamos referências tanto de mobiliário quanto do design contemporâneo e brasileiro, tudo isso tem uma certa imponência para o projeto. A marcenaria que foi desenhada sob encomenda, tendo essa referência da curvatura não só no seu corpo, mas na estrutura grandiosa, que tem um vão de altura de quatro metros do piso ao teto”, aponta José.

Não apenas a complexidade de execução dessa curvatura no design e no mobiliário chamam atenção no projeto, mas também elementos cênicos para destacar as obras. “Todas as prateleiras têm suas bordas curvas e rasgos de iluminação para enaltecer essas peças, que também fogem do tradicional. Muitos detalhes aqui foram pensados de forma singular. O uso dos elementos naturais como a pedra de quartzito é um lançamento exclusivo, e a gente queria trazer de uma forma mais exótica para reverenciar as pedras brasileiras”, diz o arquiteto.

Serviço:
Bureau de Artes na 36ª CasaCor Pernambuco
Quando: até 5 de novembro. Visitação de terça a sexta-feira, das 15h às 22h; sábados e feriados, das 12h às 22h e aos domingo, das 12h às 21h
Onde: Edifício Chanteclair - avenida Marquês de Olinda, 286 , Bairro do Recife
Quanto: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia para estudante, professor, PCD, pessoas com autismo e com 60 anos ou mais mediante documento), à venda no site. Crianças até 12 anos não pagam.