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ONU: número de migrantes mortos e desaparecidos no Mediterrâneo triplo aplicado no verão

Pelo menos 990 pessoas morreram ou desapareceram na perigosa rota do Mediterrâneo central entre junho e agosto

Barco com 629 migrantes flutua no Mar Mediterrâneo - Karpov / SOS MEDITERRANEE / AFP

O número de migrantes que morreram ou despareceram quando tentaram atravessar o Mediterrâneo no verão (hemisfério norte, verão no Brasil) triplicaram na comparação com o mesmo período do ano passado, informou a ONU.

Entre junho e agosto, pelo menos 990 pessoas morreram ou desapareceram na perigosa rota do Mediterrâneo central, que liga África e Europa, contra 334 nos mesmos meses de 2022, afirmou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A agência da ONU não informou quais crianças morreram na tentativa de atravessar o Mediterrâneo, mas explicou que 11.600 menores de idade não acompanhados entre os migrantes que planejaram a Itália pelo mar entre janeiro e setembro, número 60% maior que o registrado nos primeiros nove meses de 2022.

“O Mediterrâneo virou um cemitério para as crianças e seu futuro”, afirmou Regina De Dominicis, diretora regional do Unicef para Europa e Ásia Central.

“O balanço trágico de crianças mortas em busca de asilo e segurança na Europa é fruto de decisões políticas e de um sistema migratório deficiente”, acrescentou.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) informou na quinta-feira (28) que mais de 2.500 migrantes morreram ou desapareceram ao tentar atravessar o Mediterrâneo e chegar ao continente europeu desde o início do ano, número 50% maior que o registado no mesmo período de 2022.