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Advogado de família de Marília Mendonça comenta prisão de homem que vazou fotos

Representante de familiares da cantora, que teve imagens de sua autópsia compartilhadas na internet, ressalta que busca punição para quem reproduziu e divulgou esse material

Marília Mendonça - Divulgação

Representante legal da família de Marília Mendonça, o advogado Robson Cunha afirmou, nesta sexta-feira (29), que as investigações acerca do vazamento de fotos da autópsia da cantora não chegaram ao fim após a condenação de André Felipe de Souza Alves Pereira, que confessou o crime, a oito anos de prisão. O advogado diz que agora pretende buscar punição também para quem reproduziu e divulgou o conteúdo por meio da internet.

"Que sirva de lição àqueles que imaginam ter imunidade para os crimes cometidos na internet. P.S: ainda não acabou... Vamos continuar indo atrás de cada um que divulgou esse material", escreveu Robson Cunha nos Stories do Instagram.

Entenda o que aconteceu

Na última quinta-feira (28), a Justiça do Distrito Federal condenou André Felipe de Souza Alves Pereira pelos crimes de vilipêndio a cadáver, divulgação do nazismo, xenofobia, racismo contra nordestinos, uso de documento público falso, atentado contra serviço de utilidade pública e incitação ao crime. Detido em 17 de abril, ele confessou ter vazado fotos da autópsia do cantor Gabriel Diniz, morto num acidente aéreo em 2019, e da cantora Marília Mendonça, que morreu após queda de avião em 2021.

Na sentença à qual O GLOBO teve acesso, o juiz Max Abrahao Alves de Souza, da 2ª Vara Criminal de Santa Maria, afirmou que André Felipe agiu com o objetivo de "humilhar e ultrajar" os artistas.

"A natureza das fotografias expostas e os comentários realizados pelo réu através do seu perfil na então rede social Twitter demonstraram o inequívoco objetivo de humilhar e ultrajar os referidos mortos, cujas imagens invocaram grande apreço popular, circunstância que comprova o dolo inerente ao tipo penal. Após estas considerações, é seguro concluir que o acusado, com vontade livre e consciente, vilipendiou os cadáveres de Marília Dias Mendonça e Gabriel de Souza Diniz", ressaltou a autoridade.

André Felipe de Souza Alves Pereira foi condenado a oito anos de reclusão, além de mais dois anos e três meses de detenção. O regime inicial de cumprimento da pena será o semiaberto. Na sentença, o magistrado manteve a prisão do acusado. Veja as penas para cada crime imputado a André Felipe:

Vilipêndio a cadáver: 01 (um) ano de detenção para cada crime (Marília Mendonça e Gabriel Diniz);

Divulgação do nazismo: 02 (dois) anos de reclusão;

Crime de xenofobia: 02 (dois) anos de reclusão;

Crime de racismo de procedência nacional: 02 (dois) anos de reclusão;

Uso de documento falso: 01 (um) ano de reclusão;

Crime de atentado contra serviço de utilidade pública: 01 (um) ano de reclusão;

Incitação ao crime: 03 (três) meses de detenção.

Em nota enviada ao GLOBO, a Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF), que representa André Felipe, afirmou que não divulgaria informações pelo fato de o processo correr em segredo de Justiça. Na sentença, o magistrado destacou que a autoria e a materialidade dos delitos ficaram comprovadas com base em oitivas e laudos técnicos.