Combustível

Silveira defende "mão forte do estado" para conter alta dos combustíveis

Ministro de Minas e Energia apoia a recompra das refinarias pela Petrobras e a exploração de petróleo na Margem Equatorial

Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia - Edilson Rodrigues/Agência Senado

Após a mudança na política de preços da Petrobras, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defende agora a recompra das refinarias para conter os preços dos combustíveis, enquanto o petróleo se aproxima de US$ 100 o barril no mercado internacional. Para ele, setores estratégicos da economia não devem ser entregues à iniciativa privada.

— Eu defendo que setores estratégicos do país têm que ter mão forte do estado para garantir ao povo brasileiro dignidade, com menores preços de energia elétrica e combustíveis — disse a jornalistas após evento de posse do nosso presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Thiago Prado, nesta sexta-feira. — É uma política que vai interessar os investidores porque dá estabilidade.

Silveira ainda defendeu que o Brasil estabeleça diálogo com a OPEP+ para evitar cortes bruscos na oferta de petróleo, evitando expressivas oscilações que impactem economias em desenvolvimento, enquanto espera a aprovação da exploração nas bacias da Margem Equatorial apesar dos embates com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

O ministro acredita que exista uma janela de oportunidade para exploração do combustível fóssil ao longo dos próximos dez anos, período em que calcula que o mundo irá concluir a transição energética. Somente no bloco do Amapá, o mais próximo do Suriname, estima reservas de mais de 5,6 bilhões de barris de petróleo.

— Nós não podemos abrir mão ainda, infelizmente, da fonte energética do petróleo e do gás. O Brasil ainda precisa de gás para produzir mais nitrogenados, fertilizantes, para recuperar áreas degradadas e produzir mais na mesma área já existente — opinou.

Ao passo que outros países e o próprio governo atual defendem a urgência de esforços para migrar para uma economia verde, Silveira refuta ser contraditório intensificar a exploração de petróleo e gás pelo potencial de a atividade gerar emprego e renda para o país. Em paralelo, sugere que grandes empresas assumam o compromisso com a sustentabilidade de descarbonizar suas cadeias produtivas. Como exemplo, sugere que a Vale deixe de ser basicamente uma companhia extrativista e passe a também manufaturar parte de sua produção no Brasil.

— A Vale consome 1 bilhão de litros de óleo diesel por ano. É uma empresa com musculatura para ajudar muito, inclusive em inteligência e tecnologia — diz.