Presidente do México critica congressistas dos EUA que propõem corte de ajuda ao país
A alteração foi incluída em uma lei de gastos para 2024
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, chamou de “ridículos”, nesta sexta-feira (29), os congressistas americanos que propõem cortar a ajuda financeira ao país alegando falta de cooperação na luta contra as drogas.
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou ontem uma emenda do republicano Alex Mooney para "cortar o financiamento do apoio econômico ao México até que detenham o tráfico de fentanil" pela fronteira, segundo anunciou o congressista.
O valor da ajuda chega a US$ 60,7 milhões (R$ 304 milhões).
“São muito ridículos”, disse López Obrador em entrevista coletiva, na qual relacionou a iniciativa a propósitos políticos mudanças às eleições presidenciais e legislativas de 2024 nos Estados Unidos. “É uma propaganda vil e corrente, não os convidamos a sério, é pura propaganda para tentar enganar os cidadãos dos Estados Unidos”, acrescentou.
A alteração foi incluída em uma lei de gastos para 2024, mas ainda tem que ser conciliada com o Senado, onde a maioria democrata se opõe às mudanças por considerar que os mesmos afetam projetos-chave do Executivo.
“Faço um apelo aos meus colegas no Senado para que se unam a mim a fim de exigir que o México preste contas”, publicou Mooney no X, antigo Twitter. Obrador manifestou que o valor da ajuda é inferior a US$ 150 milhões que o México destinou a programas sociais na América Central para conter a migração de pessoas sem documentos para os Estados Unidos.
A preocupação crescente com o fentanil, opioide que matou dezenas de milhares de pessoas nos Estados Unidos em 2022, será discutida na próxima quinta-feira, no México, durante o Diálogo de Segurança de Alto Nível, que contará com a presença do secretário de Estado Americano, Antony Blinken.
O presidente mexicano manifestou que sente muito que “100 mil jovens” morram anualmente nos Estados Unidos por overdose de fentanil e disse que seu país apoia incessantemente o combate a essa substância “por razões humanitárias”.