México

Chanceler diz aos EUA que o México faz o que pode contra o fentanil

Os dois países parceiros participaram do Diálogo Econômico de Alto Nível e voltarão a se reunir na próxima semana

Bandeira do México - Reprodução/Internet

A chanceler do México, Alicia Bárcena, disse, nesta sexta-feira (29), aos Estados Unidos que seu país faz o que pode para combater o fentanil, durante uma reunião econômica em Washington que abordou uma crise migratória.

Os dois países parceiros participaram do Diálogo Econômico de Alto Nível e voltarão a se reunir na próxima semana para falar sobre Segurança.

A situação na fronteira comum é uma questão explosiva nos Estados Unidos, em plena campanha para as eleições presidenciais de 2024, principalmente para o presidente democrata, Joe Biden, que busca a reeleição. Também é um tema importante para o México, que elege no ano que vem o sucessor de López Obrador.

O tráfico de fentanil, opioide que matou dezenas de milhares de pessoas nos Estados Unidos em 2022, prejudica as relações bilaterais.

“Temos instruções do presidente para fazermos tudo o que estiver ao nosso alcance para controlar o tráfico de drogas sintéticas e a rede de fornecidas desde a sua origem”, ou seja, desde a emissão para a sua produção, procedentes, principalmente, da China, ressaltou Alicia Bárcena.

Os republicanos acusam o México de não fazer o suficiente contra essa droga, fabricada pelos cartéis mexicanos, segundo Washington. Alguns deles, como o ex-presidente Donald Trump, pedem que os carrinhos sejam declarados como organizações terroristas, para que possam ser combatidos inclusive em território mexicano.

Outro tema problemático é o aumento do número de imigrantes que chegam à fronteira americana sem a documentação necessária para entrar. Os dois supervisores se coordenam para gerenciar a imigração com acordos, incluindo a expulsão daqueles que não cumprem os requisitos para permanência.

Alicia Bárcena prefere o termo “retornos assistidos”, assinalou em entrevista coletiva. O México realiza “retornos assistidos para Guatemala, Honduras e El Salvador”, e estuda a possibilidade de incluir Equador, Venezuela e Colômbia, indicou.

O diálogo de hoje concentrou-se na cooperação económica e discutiu-se como fortalecer a infraestrutura na fronteira, ao longo da qual existem 60 portos de entrada, para que, segundo Alicia, 100% “da carga que cruza seja automatizada”.

Em meio a uma guerra tecnológica com a China, Washington não quis deixar passar a oportunidade de estreitar laços com o vizinho no setor de semicondutores, essenciais para numerosos dispositivos eletrônicos, como smartphones, veículos elétricos e armas.

Alicia limitou-se a dizer que o objetivo é tornar a região “mais potente” do mundo na produção de condutores e semicondutores, e que “os investimentos sejam redirecionados”.

Além dos chanceleres, participaram do encontro a secretária de Economia do México, Raquel Buenrostro, e seus colegas americanos: a representante comercial Katherine Tai e a secretária de Comércio, Gina Raimondo.

A maioria dos temas de hoje estarão na agenda do Diálogo de Segurança de Alto Nível de 5 de outubro, que contará, da parte de Washington, com a presença do chefe da diplomacia, Antony Blinken; do procurador-geral, Merrick Garland; do secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas; e de uma assessora de segurança da Casa Branca.