Wall Street fecha antes de um fim de semana de incertezas
O risco de uma paralisação dos serviços federais nos Estados Unidos manteve a bolsa em clima de expectativa
A bolsa de Nova York encerrou sem tendências definidas, nesta sexta-feira (29), sua última sessão do mês e do trimestre, antes de um fim de semana de incertezas pela falta de um acordo no Congresso americano para prorrogar a lei orçamentária.
O risco de uma paralisação dos serviços federais nos Estados Unidos manteve a bolsa em clima de expectativa.
O índice Dow Jones registrou queda de 0,47%, enquanto o S&P 500 recuou 0,27%. O Nasdaq, em contrapartida, conseguiu se manter na superfície e registrou uma alta modesta de 0,14%.
Os Estados Unidos estão no caminho de uma paralisação orçamentária devido a uma batalha política na Câmara de Representantes.
Sem uma nova lei orçamentária, com a atual expirando à meia-noite de 30 de setembro, o Estado Federal envia a ficar sem recursos para continuar funcionando.
Se não houver um acordo de última hora, uma alternativa que parece impossível, a maior economia do mundo vai funcionar parcialmente a partir de segunda-feira: 1,5 milhão de funcionários públicos estarão em desemprego técnico, o tráfego aéreo sofrerá perturbações e os parques nacionais vão fechar.
A praça nova-iorquina tinha aberta em alta, confortada pela inflação em agosto.
Embora a inflação ampla tenha tido ganhos terreno em agosto pelo segundo mês consecutivo, impulsionada pelos preços da gasolina, segundo o índice PCE publicado nesta sexta-feira pelo Departamento do Comércio, o dado da inflação subjacente agradou o mercado.
O índice PCE, o mais acompanhado pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, situou-se em 3,5% em 12 meses em agosto, frente aos 3,4% de julho.
Na comparação mês a mês, a alta dos preços foi de 0,4%, conforme o esperado pelo mercado, contra 0,2% em julho.
Por outro lado, a inflação subjacente, que exclui os preços voláteis da alimentação e da energia, moderou-se a 3,9% ao ano contra 4,3% em julho, alcançando um mínimo em quase dois anos, um dado que animou o mercado.
“Isso sustenta nossa previsão, segundo a qual o Fed vai deixar seus juros inalterados até o fim do ano, embora a maioria de seus membros antecipem uma nova alta”, comentou Michael Peace, da Oxford Economics.
Ao longo do dia, os índices caíram.
“Não havia muitos compradores antes do fim de semana”, constatou Steve Sosnick, da Interactive Brokers, para quem o fim de um mês desfavorável para as ações pesou no mercado.
A perspectiva de um “shutdown”, como é conhecida a paralisação dos serviços públicos nos Estados Unidos, “não foi um elemento significativo para as ações, mas não ajudou”, afirmou Sosnick.
A extensão da greve no setor automotivo pesou para as três gigantes americanas Ford (-1,11%), General Motors (-0,57%) e Stellantis (-0,73%).
Outros sete mil funcionários foram convocados para parar por seu sindicato, UAW, elevando um total de 25.600 trabalhadores em greve duas semanas após o início do movimento por melhorias salariais.