FGTS

Mudança vai permitir quem aderiu ao saque-aniversário acessar recursos do FGTS em caso de demissão

Ministro diz que recebeu aval de Lula para enviar ao Congresso projeto sobre programa

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse nesta segunda-feira que recebeu autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para enviar ao Congresso um projeto para mudar o saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Como O GLOBO antecipou, o projeto autoriza trabalhadores demitidos a partir de 2020, e que aderiram ao saque-aniversário, a retirarem o saldo remanescente da conta do FGTS. Ou seja, de forma retroativa, já que o saque da totalidade dos recursos, é proibido por dois anos pelas regras que criaram essa modalidade de retirada.

O impacto da medida para o FGTS seria de R$ 14 bilhões. Esse é o potencial de recursos que poderiam ser injetados na economia, conforme estimativas da Caixa Econômica Federal repassadas ao governo.

 

— Nós apresentamos ao presidente (Lula) e ele autorizou encaminhar um projeto corrigindo essa injustiça criada pela lei do governo anterior, o saque-aniversário, que proíbe que as pessoas tenham o direito de sacar o que é seu — disse Marinho.

O saque-aniversário permite ao trabalhador sacar parte do saldo das contas ativas e inativas do FGTS no mês do seu aniversário. Porém, pelas regras de hoje, em caso de demissão, ele não pode sacar o valor integral do saldo — o saque só poderá ser feito dois anos depois de o trabalhador sair da modalidade.

— O dinheiro do Fundo de Garantia é dos correntistas. Um correntista que aderiu a um financiamento junto ao bancos de forma leonina, ele ser proibido de sacar o seu saldo, acredito que é uma injustiça grande e não quero crer que o Parlamento terá um comportamento desses com um conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras — disse Marinho.

Assim que assumiu o ministério, o Marinho defendeu acabar com o saque-aniversário do FGTS. Embora seja pessoalmente a favor da extinção do saque-aniversário, Marinho disse que o fim da modalidade "não está em discussão no momento".