NEGÓCIOS

Para rivalizar com Amazon, Spotify vai oferecer audiobooks

Serão disponibilizadas 15 horas do novo serviço por mês para assinantes premiun no Reino Unidos e na Austrália

Spotify - Unsplash

Há quatro anos, os negócios do Spotify estavam estagnados. A Apple havia lhe ultrapassado como o principal serviço de música paga nos Estados Unidos, as perdas estavam aumentando e o crescimento do número de clientes estava diminuindo.

Daniel Ek, CEO da empresa, então decidiu que o Spotify precisava se transformar de um serviço de música em uma loja completa de áudio. A primeira peça que faltava eram os podcasts. Agora, Ek está de olho em outra mídia que cresce rapidamente: os audiobooks.

Na terça-feira, o Spotify anunciou que começaria a oferecer 15 horas de audiobooks por mês como parte de seu serviço de streaming para assinantes premium na Grã-Bretanha e na Austrália. A partir de dezembro, a oferta será ampliada para os assinantes dos EUA.

A expansão do Spotify para os livros tem o potencial de abalar o cenário do varejo de audiobooks, um segmento de rápida expansão que há muito tempo é dominado pela Audible, varejista de áudio de propriedade da Amazon.
 

Aos olhos de Ek, o domínio da Audible sobre os audiobooks lembra o controle da Apple sobre músicas e podcasts no passado. O Spotify construiu seu negócio ao desestabilizar o setor musical com seu serviço de assinatura mensal e podcasts. Assim, Ek disse que viu o potencial para fazer o mesmo com os audiolivros.

Podcasts podem impulsionar audiolivros
Ter livros no Spotify poderia ajudar as editoras a atingir um novo e vasto público. O Spotify tem as ferramentas para recomendar audiolivros relevantes para ouvintes de podcasts interessados em determinados assuntos e para promover títulos de áudio para seus usuários que tenham ouvido um podcast com um autor.

- Vejo isso como uma grande oportunidade de estar na companhia de Joe Rogan, Taylor Swift e Beyoncé - disse Ana Maria Allessi, vice-presidente e editora da Hachette Audio.

Risco às editoras
No entanto, também há a preocupação de que o plano do Spotify, que envolve a experimentação de um novo modelo de negócios para a venda de livros, possa acabar com o negócio de audiobooks. Em vez de pagar por cada audiolivro que um cliente começa a ouvir, a empresa propôs pagar pela quantidade de tempo que o cliente ouve, de acordo com uma análise da correspondência de uma editora com agentes.

Um audiobook médio dura de sete a 10 horas, segundo o Spotify, o que significa que os assinantes podem ouvir cerca de um livro e meio por mês, mas alguns podem durar muito mais. Os usuários podem adquirir 10 horas adicionais por US$ 11 por mês nos EUA ou £ 10 no Reino Unido.

Para assinantes de planos familiares, apenas o titular da conta principal receberá as horas inclusas. Os usuários gratuitos só poderão comprar títulos de audiolivros individuais à la carte.

Serão incluídos mais de 150 mil títulos de cinco grandes editoras dos Estados Unidos, além de centenas outras.